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Uma conversa com os professores sobre a observação de aulas

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
A observação das práticas docentes em aula é um trabalho de parceria para contribuir para o avanço das aprendizagens das crianças. Foto: Gabriela Portilho

A observação das práticas docentes em aula é um trabalho de parceria para contribuir para o avanço da aprendizagem das crianças. Foto: Gabriela Portilho

Uma das funções do coordenador pedagógico é acompanhar e avaliar o ensino e o processo de aprendizagem. Esse acompanhamento pode acontecer de várias formas, por exemplo, por meio da análise dos portfólios das turmas e dos cadernos dos alunos e também observando as aulas dos professores.

Este ano, recebi alguns professores novos e aproveitei para falar com todos sobre esse assunto na reunião de planejamento que aconteceu no início de março. Deixei claro que o principal objetivo da observação não é vigiar o trabalho deles, mas criar uma cumplicidade entre a prática docente, minhas orientações e o avanço da aprendizagem das crianças.

Ou seja, trata-se de parceria, no sentido de que o coordenador deve saber orientar os professores quantos às suas práticas ao mesmo tempo em que respeita seus saberes. Em contrapartida, os docentes devem estar abertos para ouvir as orientações do coordenador, se dispondo a dialogar, negociar e fazer com que sempre prevaleça o que é melhor para as crianças.

Nesse sentido, as observações de aulas tornam-se estratégias de formação dos professores, pois com elas é possível levantar temas para as Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC), além de contribuir para o desenvolvimento profissional docente.

Como organizo as observações das aulas

Foco: sempre recorro à rotina semanal de trabalho dos professores para planejar quais aulas vou observar. Isso me possibilita criar um foco nas observações, até porque não é possível observar tudo a todo o momento. Por exemplo, vou assistir a um professor fazendo uma atividade de revisão de texto coletiva. Então, concentro minhas atenções no aspecto que permite às crianças refletirem sobre o sistema de escrita.

 Procedimento: para assistir a uma aula, sempre levo alguns materiais, por exemplo, o Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do professor, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, as expectativas de aprendizagem, a rotina do professor e uma folha para os registros.

Registro: registrar é imprescindível, pois é a partir das minhas anotações que faço a devolutiva da aula para o professor. Tenho um roteiro de observação e, no verso, escrevo as orientações e sugestões para o docente.

Devolutiva: depois de acompanhar a aula, sento com o professor para dar uma devolutiva. Ela consiste em uma conversa sobre o que observei, sempre apoiada em meus registros. Faço algumas perguntas aos professores, como: “Qual o objetivo da atividade que você aplicou?” e “O que as crianças aprenderam com ela?”. Pensar nessas questões faz que o professor reflita sobre sua prática. A partir dessa discussão, faço sugestões e orientações para ele. Assim, esse momento também se torna de formação.

Após a conversa, peço para o docente ler o que registrei e assinar. A diretora da escola também toma ciência desses registros. Depois disso, arquivo no meu portfólio.

Como vocês podem verificar esse não é um trabalho simples e rápido. Penso que a observação de sala de aula só tem sentido para o coordenador se ela tem um foco, procedimentos adequados, registro e, principalmente, devolutiva para o docente.

E vocês, coordenadores, como desenvolvem essa função?

Beijos, Maria Inês