Ir ao conteúdo principal Ir ao menu Principal Ir ao menu de Guias
Notícias
5 4 3 2 1

Como abordei a Aids com a turma do 5º ano

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

Shutterstock

No ano passado, o cronograma de setembro da turma do 5º ano da qual eu sou professora previa a discussão sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DST). O conteúdo sucederia o estudo sobre o corpo humano e estava de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que preveem trabalhar o tema “orientação sexual” desde cedo, dentro do currículo das disciplinas ou sempre que surgir alguma questão relacionada.

No entanto, já no início do ano, durante a época de Carnaval, os alunos traziam para sala muitas dúvidas sobre a Aids. Eles haviam visto propagandas sobre a proteção contra a doença, divulgadas pela Secretaria de Saúde, que enfatizavam formas de prevenção, como o uso de preservativos.  Por isso, tornou-se necessário abordar a repercussão dessas informações em sala de aula.

Tive, então, que antecipar minha programação curricular para esclarecer e informar detalhes sobre a doença. O foco seria a prevenção por contato sanguíneo, passível de ocorrer com crianças dessa faixa etária.

O que colocar em discussão

O primeiro passo foi selecionar os conteúdos que eu colocaria em discussão com os alunos. Foram os seguintes:

  • Existência de DST;
  • Compreensão das vias de transmissão da Aids e das formas de prevenção;
  • Comparação entre as formas de contato que propiciam contágio e as que não envolvem riscos;
  • Recolhimento, análise e processamento de informações sobre a doença, por meio de folhetos ilustrados, textos, artigos de jornais e revistas;
  • Conhecimento e adoção dos procedimentos que impedem o contato sanguíneo em situações de acidente ou ferimentos;
  • Repúdio às discriminações e respeito e solidariedade em relação aos portadores de HIV.

Selecionados os conteúdos, organizei estratégias de ensino para abordar o assunto em sala de aula, focando sempre na prevenção.

Como levar o tema para a sala de aula

A primeira estratégia foi levantar os conhecimentos prévios dos alunos sobre a doença e os métodos de prevenção. Também perguntei o que gostariam de saber. Anotei todas as informações e dúvidas para que eu pudesse saná-las posteriormente.

Realizamos leitura de textos e folhetos explicativos e fizemos estudo de casos de pessoas portadoras do vírus e como era sua convivência em sociedade. Tivemos também palestras com profissionais da área da saúde e assistimos a vídeos com depoimentos de portadores.

Após tudo isso, registramos nossas aprendizagens. As crianças produziram tabelas com as formas de transmissão, sintomas e tratamento. O produto final desse estudo foi um folheto explicativo para distribuir na comunidade.

Acredito que o crescimento do número de pessoas portadoras de HIV e a existência de propagandas de métodos de prevenção demandam da escola um posicionamento de orientação dos alunos sobre os fatos dessa doença e esforços para a desconstrução dos preconceitos a ela associados. Com base nas inquietações dos alunos e em suas dúvidas, os professores podem ajudá-los a identificar informações equivocadas a respeito da Aids. Nesse trabalho, o coordenador pedagógico também pode auxiliar os profissionais a levantar quais conteúdos são adequados para cada faixa etária e quais são as melhores maneiras de levar o tema para a sala de aula.

E nas suas escolas, coordenadores, como esse tema tem sido abordado?

Até a próxima quinta!

Eduarda

Campanha Atitude Abril Aids - Desinformação Tem Cura!