Somente quando paramos para refletir sobre nossa própria rotina é que percebemos o quanto trabalhamos para melhorar a prática dos professores em sala de aula, vocês não acham? Já mencionei em um texto anterior que utilizo a análise de cadernos como ferramenta pedagógica para diagnosticar o que vem sendo desenvolvido pelo docente em sala de aula e identificar possíveis conteúdos que vão fazer parte do plano de formação. Na verdade, essa análise faz parte de um trabalho de campo um pouco mais amplo, realizado por mim e por muitos outros coordenadores na escola regularmente.
O que é o trabalho de campo?
Ele é uma ação que engloba a coleta e/ou registro de dados, obtém informações relativas ao fenômeno observado ou ao objeto de estudo. Na função de coordenador, esse mecanismo é utilizado quando surge a necessidade de observar, num período determinado de tempo, o cotidiano e a rotina da escola, a prática e a gestão da sala de aula, o planejamento do professor e a comparação entre o conteúdo que deve ser ensinado e o que está sendo ensinado. Enfim, são fatores que demonstram qual é o objeto de ensino e o que as crianças estão, de fato, aprendendo.
Ao observar tudo isso, posso diagnosticar como está sendo desenvolvido o trabalho pedagógico da escola, identificar o que está sendo trabalhado pelo professor, quais são as estratégias utilizadas e se o que está sendo discutido em reuniões pedagógicas está chegando à sala de aula.
O que é preciso para realizar o trabalho de campo?
- Definir o espaço de tempo em que o trabalho de campo será realizado;
- Listar os objetos de análise (cadernos, espaço da sala de aula, planejamento do professor, o registro do docente em sala);
- Levantar que aspectos serão observados (pauta de observação e tabulação)
- Comunicar ao professor que o trabalho será realizado e que o resultado terá uma devolutiva individual. Caso mais de um profissional tenha a mesma necessidade, o conteúdo vira tema de formação;
- Registrar o documento com fotos e reflexões;
- Socializar com a gestão da escola o trabalho pronto;
- Fazer uma devolutiva para o professor apresentado os tópicos observados;
- Ouvir do docente o que ele pensa sobre o foco de análise e quais serão as possíveis ações de intervenção;
- Elencar os indicadores de aprendizagens dos professores e ter clareza sobre quais intervenções podem ser realizadas de imediato e quais precisam estar num plano de formação.
O resultado desse trabalho me permite acompanhar e monitorar o percurso pessoal da prática de cada docente, de acordo com os conteúdos discutidos ao longo do processo de formação. Dessa forma, consigo levantar os indicadores de aprendizagem dos professores e planejar as intervenções.
Como exemplo, gostaria de compartilhar um trabalho de campo que foi realizado na escola que coordeno hoje, que pode ser acessado aqui.
E vocês, realizam registros de observações dos saberes e necessidades dos professores que coordenam?
Até a próxima quinta-feira!
Abraços, Eduarda