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Criar grupos de apoio para alunos com dificuldades os estimula a continuar aprendendo. (Foto: Manuela Novais)
Na escola em que trabalho, uma das estratégias para tentar sanar as necessidades de aprendizagens dos alunos é a participação deles em grupos de apoio. Esses encontros ora são realizados no mesmo turno de estudos das crianças, ora no contraturno. O objetivo dessa alternância é garantir a participação de todos, independentemente da disponibilidade de transporte ou dos locais onde moram.
Ao desenvolver essa estratégia, é preciso ter muito claro que o trabalho em sala de aula deve ser cada vez melhor, de modo que tenhamos cada vez menos esses grupos. Essa ação é uma das metas do plano de intervenção pedagógica e é avaliada a cada semestre letivo durante o replanejamento. Abaixo, explico a vocês como ela funciona.
Para que serve o grupo de apoio? Para que os alunos se sintam acolhidos nas suas dificuldades e não desistam de aprender. Também usamos o encontro para atender as necessidades específicas dos estudantes. Uma das metas é não gerar o fracasso escolar e estigmas relativos à “incapacidade” das crianças.
Por que ele é feito? Porque os alunos são diferentes uns dos outros, têm necessidades e tempos de aprendizagem distintos e podem ter dificuldades momentâneas, que precisam ser cuidadas para que não se tornem permanentes.
Para quem é? Para alunos que necessitam de um tempo maior e de intervenções diversificadas para a aprendizagem de determinados conteúdos. Por isso, fazemos a seleção dos alunos com critérios bem definidos.
Muitas vezes, é comum que os professores indiquem muitos estudantes para um mesmo grupo. Para evitar a superlotação, fazemos avaliações diagnósticas para selecionar as crianças, registramos os saberes delas e definimos como serão direcionadas as estratégias pedagógicas.
Como viabilizar os grupos de apoio? Para iniciar o trabalho com os grupos e manter a rotina de aprendizagem, algumas condições precisarão ser criadas na escola. Dessa forma, faz-se necessário pensar em alguns aspectos:
• Critérios de indicação dos alunos aos grupos de apoio da escola;
• Seleção e permanência (ou não) dos alunos dos grupos de apoio. A ideia é que essa não seja a única estratégia para sanar as dificuldades dos estudantes;
• Quantidade de grupos de apoio, considerando o número de alunos e de professores;
• Horário de funcionamento dos grupos de apoio (turno ou contraturno);
• Espaço para as aulas de apoio;
• Materiais necessários nessas salas, como letras móveis, cartazes com as letras do alfabeto e outros que sejam necessários;
• Formação de todos os professores da escola para evitar que compreendam este espaço de apoio como transferência de responsabilidades pela aprendizagem dos alunos;
• Intercâmbio entre os professores dos alunos. Para isso, reservamos um horário de reunião entre os professores para compartilhar impressões sobre a aprendizagem dos alunos;
• Relação das crianças com esse outro espaço de aprendizagem. A ideia é pensar em como convidar os alunos a participar desses grupos e como tratar do assunto com os familiares.
Organizar tudo isso requer tempo, dedicação e experiência dos professores envolvidos. O planejamento das estratégias, das atividades que serão aplicadas e os registros de avaliação precisam ser feitos para que todo o processo possa ser acompanhado e avaliado.
Vocês possuem ações como essa na escola que atuam? Compartilhem conosco!
Um abraço, Eduarda