Na creche ou na pré-escola, a rotina das turmas é fundamental para nortear os pequenos e dar a eles a segurança necessária para saber o quê, quando e como acontecerão as atividades cotidianas. Às vezes, no entanto, o professor da turma falta. E a normalidade precisa ser mantida!
Quando a ausência é programada, o profissional pode deixar tudo preparado e elaborar um planejamento para que a pessoa que vai substituí-lo saiba o que fazer. Em salas com mais de um educador, como no caso de berçários, também é tranquilo, porque já existe alguém que conhece o dia a dia dos alunos.
O problema maior é quando acontece um imprevisto com o único professor da turma. Isso já aconteceu várias vezes na escola onde eu trabalhava. Nesses casos, eu sempre tentava orientar a educadora que ficaria com a turma a seguir uma rotina básica: momento do diversificado, atividade de Arte, lanche, parque, brincadeiras na grama, jogos no final do período. Entretanto, esse plano não incluía informações sobre como cada educadora da instituição encaminhava as diferentes situações e, por isso, eu não conseguia assegurar a qualidade do ensino.
Outro entrave comum era a perda de um tempo enorme na procura de materiais quando a substituta planejava uma atividade diferente, por exemplo, uso de tintas e pincéis. Nesse período, as crianças se dispersavam e a rotina inteira se atrasava, inclusive o momento do lanche, que dificilmente pode acontecer em outro horário uma vez que existem várias outras turmas para utilizar o refeitório.
Uma alternativa para planos de aula emergenciais
Depois de várias situações como essa que descrevi acima, surgiu uma alternativa mais eficiente pensada pela Secretaria Municipal de Educação. Ela lançou o projeto “Sequência Máxima”, cujo objetivo era evitar a descontinuidade das atividades e da rotina nas salas de aula durante a ausência dos professores.
O projeto teve duas frentes. A primeira era que todos os professores da escola elaborassem um planejamento muito detalhado com os horários e orientações sobre cada momento da rotina, a localização do material usado em aula, a lista de nomes das crianças e o responsável por buscá-las. Enfim, todos tinham de escrever esse documento considerando que seria utilizado por uma educadora que não conhece o dia a dia da turma nem as crianças, além de, muitas vezes, nunca ter trabalhado na instituição. A segunda frente do projeto foi convocar todos os professores que se inscreveram para substitutos e fazer uma formação sobre a importância da rotina e os combinados da escola, como as regras de funcionamento do cronograma de rodízio nos brinquedos do parque.
Houve algumas professoras que não quiseram fazer o planejamento proposto pelo projeto, alegando que, em mais de 10 anos de trabalho, nunca haviam faltado sem deixar um plano para o substituto. Insisti que era preciso que todos o fizessem, pois nunca saberíamos se alguma emergência poderia acontecer. De fato, poucos dias depois, ocorreu um falecimento na família de uma das educadoras e precisamos colocar em prática o plano emergencial.
Caso você queira conhecer um exemplo de planejamento, veja aqui o documento elaborado pela professora Liliane, que está muito bem construído, esclarece e orienta detalhadamente o educador que, eventualmente, precisará substitui-la.
Essas mudanças simples reforçam a importância do planejamento e asseguram a rotina das crianças, vocês concordam?
Um abraço, Leninha