Escrever bem é uma atribuição importante para os profissionais que trabalham na área da Educação. Nós devemos praticá-la cotidianamente para planejar o que será feito em sala de aula, registrar os resultados das práticas e coletar as respostas dos alunos frente aos desafios propostos em cada atividade. Também temos a função de nos reunir com a equipe de professores e compartilhar as observações feitas durante as situações didáticas, discutindo e refletindo sobre elas.
Durante todo o meu processo formativo, busquei aperfeiçoar minhas habilidades de escrita e, ao mesmo tempo, incentivar os profissionais das escolas em que trabalhei a aprimorar cada vez mais suas capacidades. Para isso, elaborei um projeto para identificar como os professores escreviam e quais dificuldades encontravam nesse processo.
No início da formação, pedi que eles registrassem o desenvolvimento de uma aula. Com esse material, pude observar dois problemas principais: em primeiro lugar, eles tinham dificuldade de iniciar seus registros, e em segundo lugar, se limitavam a descrever o que aconteceu, sem nenhum tipo de análise.
Compreendi que precisava destacar a importância de pensar sobre a prática. Nesse momento, algumas dúvidas surgiram na minha cabeça: Como incluir a escrita no trabalho dos professores? O que fazer para torná-los produtores de textos? De que maneira eu poderia aprimorar também a minha redação, servindo de modelo para os docentes e mostrando que era parte integrante do grupo?
Para solucionar esses problemas, propus em cada encontro que os professores realizassem uma atividade: registrar uma aula elaborada em conjunto, planejar uma sequência didática, responder perguntas após a leitura de um texto, analisar produções dos alunos e identificar o que foi aprendido ou fazer um relatório reflexivo com base em questões feitas por mim.
Outra estratégia que utilizei foi promover a socialização de bons modelos de registros dos próprios professores. Assim, aqueles que apresentavam dificuldades teriam um exemplo de como elaborar os seus relatórios. Paralelamente, procurei participar ativamente da formação, estudando os mesmos textos utilizados pelos docentes, elaborando pautas de reuniões, registrando com detalhes as minhas observações e debatendo sobre o planejamento de cada um deles.
A exigência da produção de registros contribuiu para que os docentes refletissem sobre o trabalho que realizam, além de criar a oportunidade para que atuassem como escritores no desempenho de sua função. Aos poucos, eles conseguiram melhorar a eficácia e a objetividade dos textos, assim como avançar na aprendizagem de determinados conteúdos e identificar aqueles que precisavam ser aprofundados.
A dificuldade de escrever pode muitas vezes se tornar um obstáculo para a reflexão sobre o ensino. Logo, a escrita profissional é uma documentação pedagógica importante para planejar intervenções no processo formativo e precisa ser trabalhada de modo contínuo.
E vocês,o que fazem para aprimorar a escrita dos seus professores (e a sua também)?
Abraços e até semana que vem!
Eduarda