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Passear é preciso (e planejar o passeio também!)

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
A professora Paula Sestari, educadora do ano de 2014, levou as crianças da pré-escola para conhecer o manguezal que fica no entorno da instituição (Foto: Marcelo Almeida)

A professora Paula Sestari, educadora do ano de 2014, levou as crianças da pré-escola para conhecer o manguezal que fica no entorno da instituição (Foto: Marcelo Almeida)

Uma professora veio toda preocupada falar que precisava tratar de um assunto muito sério comigo. O objeto da conversa estava tirando o sono dela há uns três dias. No momento em que ela disse isso, fiquei imaginando se a educadora estava com algum problema em sala de aula ou tinha se desentendido com os colegas. Nenhuma dessas hipóteses, no entanto, me parecia viável, pois sua turma era uma graça, ela era muito querida na escola e, apesar de ser a primeira vez que assumia uma classe, eu só havia precisado fazer algumas sugestões de ajustes nas suas práticas.

E não é que era justamente o fato de ser novata que lhe causava preocupação? A professora me contou o seguinte: em 15 dias, haveria um passeio com as turmas de 4 anos até um parque municipal, tipo um horto florestal, onde as crianças participariam de algumas atividades bem bacanas. Ela estava apavorada de levar as 26 crianças para fora da escola e fazia questionamentos, como “E se eu perder alguma criança?”, “O lugar escolhido para o piquenique é longe do banheiro. O que eu faço se alguém quiser utilizá-lo?”, “Será que precisamos mesmo ir a esse passeio? Eles são tão pequenos…”.

É claro que todas as preocupações eram muito pertinentes, mas não vale deixar de passear por causa delas! Foi o que fez a professora Paula Aparecida Sestari (foto), educadora do ano, que levou os pequenos da pré-escola para visitar o berçário de diversas espécies num manguezal, conhecido como Baía da Babitonga.

Por que sair dos muros da escola é importante?

É muito enriquecedor para ampliar o repertório cultural e de autonomia da criança oportunizar que ela vivencie outros espaços, entre em contato com a natureza e possa compartilhar com os colegas uma experiência de passeio e exploração de um ambiente diferente.

No caso que eu contei acima, foi escolhido o horto florestal justamente porque o local tem uma grande área arborizada, alguns brinquedos de madeira, um balanço de corda pendurado na árvore, um viveiro de plantas e um lago lindo com patos e marrecos. O objetivo era aproveitar o ambiente com os colegas, fazer um piquenique sob as árvores, observar aquele verde e brincar, brincar muito!

Os cuidados e a logística necessária para que tudo ocorra bem

Para que tudo isso aconteça com segurança, no entanto, é preciso tomar alguns cuidados e pensar numa logística. Abaixo, listo os itens com os quais a equipe escolar sempre se preocupa para planejar um passeio:

  1. Escolher bem o local onde serão realizadas as atividades. Embora o parque fosse grande, ele era fechado e tinha portaria. Além disso, oferecia atividades bacanas para os pequenos.
  2. Elaborar um breve projeto com a participação ativa das crianças no planejamento do passeio, fazendo uma lista do que seria levado, quais seriam as atividades realizadas e os cuidados que precisariam ser tomados quanto estivessem próximo ao lago.
  3. Dar orientações aos pais durante reuniões e por meio de bilhetes para os que não comparecerem, pedindo que todas as crianças estejam de uniforme e sugerindo o tipo de lanche que pode ser enviado e a quantidade. É comum os pais se empolgarem e mandarem uma mochila muito pesada, com alimentos não saudáveis ou que precisam de um armazenamento especial.
  4. Envolver os funcionários e combinar o que cada um fará. Eles vão ao passeio como apoio, tanto para ajudar os professores no deslocamento do grupo, como para definir um local onde os pequenos possam deixar as mochilas e se revezar para cuidar delas. Um funcionário também fica de apoio para ajudar a levar as crianças até os banheiros.
  5. Providenciar crachás com o nome da criança, do professor, da escola e o telefone da instituição, para caso algum aluno, apesar de todos os cuidados, se perca do grupo.
  6. Eu ou a diretora da escola acompanhamos o grupo.
  7. Uma empresa de ônibus de confiança é contratada. As janelas do veículo são travadas e há cinto de segurança em todos os assentos.
  8. No parque, pedimos para que grupos de três ou quatro crianças deem as mãos nos deslocamento. O professor vai na frente, conduzindo, e outro adulto fica atrás do grupo para auxiliar.

Compartilhei todos esses itens com a professora que estava aflita, assegurando que, com uma boa logística e tomando todos os cuidados anteriormente, não existe qualquer motivo para a preocupação. Depois disso, a educadora se convenceu e ficou mais tranquila. O passeio foi um sucesso!

E na sua escola, quais são os cuidados que vocês tomam para que seja seguro e proveitoso sair com os pequenos?

Um abraço, Leninha