Já escrevi aqui no blog sobre como procuro ajudar os professores que têm alguma dificuldade para lecionar. Agora, quero focar uma estratégia específica que utilizo em situações como essa: a aula planejada e realizada conjuntamente. Antes de mais nada, vale dizer que isso pode ser realizado até com professores experientes. Nesses casos, a observação poderá contribuir para a ampliação do repertório de procedimentos utilizados por ele ou para ter uma maior compreensão sobre determinadas intervenções didáticas.
Tenho o cuidado de sempre me posicionar como uma parceira do professor desde o primeiro momento até a avaliação dos resultados. Sei que a simples observação da minha conduta não ensinará tudo o que é necessário. Afinal, competências profissionais não são construídas por imitação. Portanto, tomo alguns cuidados para que essa atividade seja bem-sucedida:
Preparação – Explico detalhadamente o que deve ser feito com antecedência, durante o planejamento da aula, realizado totalmente em parceria. Refletimos juntos sobre o tema, os objetivos, a forma como os alunos serão organizados, o desenvolvimento da atividade e as intervenções que deverão ser realizadas. Esse plano é feito na supervisão semanal antes do dia da aplicação.
Ser um exemplo – O coordenador deve servir de modelo para o professor. Por isso, tenho um cuidado extra com detalhes importantes como a definição do escopo da aula, a seleção do material, a escolha das estratégias e as ações realizadas em sala para ajudar os alunos a avançar em seus conhecimentos.
Observação e ação – O papel do professor durante a aula aplicada por mim não é só o de um mero expectador. Durante o planejamento, também combinamos o que cada um vai fazer na hora H. Procuro garantir que o docente tenha uma participação importante na atividade e experimente algumas das intervenções, aproveitando também para andar pela classe e ver coisas que normalmente não conseguiria verificar.
Avaliação – Uma das estratégias que utilizo para tematizar a atividade com o professor é a gravação em vídeo. Ao assistir a minha atuação posteriormente, podemos identificar as estratégias utilizadas, as reações dos alunos e as intervenções que poderiam ser modificadas (sim, porque mesmo com tanto planejamento nem sempre tudo dá certo como imaginamos).
Após todas essas ações, chega o momento do professor realizar novas atividades em sala e os papéis se invertem. Nessa hora, eu volto a ser observadora da aula dele. E continuamos parceiros, voltando ao tema em novas reuniões para sempre buscar avanços na prática de sala de aula.
E vocês, realizam parcerias assim com seus professores?
Até quinta-feira.
Abraços,
Eduarda