Na semana passada, escrevi sobre o atendimento de crianças portadoras de necessidades educacionais especiais (NEE) na escola em que atuo. Hoje, gostaria de compartilhar algumas das ações que realizo com os professores para integrar esses alunos na comunidade e compreender as singularidades de cada um.
Na escola, atendemos um aluno com paralisia cerebral que frequenta a instituição deste a Educação Infantil. Observando a rotina dele, verifiquei que ele passava a maior parte do tempo dentro da sala de aula, acompanhado por um professor de apoio. A maior preocupação desse docente era a alfabetização e o desenvolvimento dos conhecimentos matemáticos da criança. Mas como desenvolver as outras habilidades?
Para responder a essa questão, iniciei uma pesquisa com o professor regente e o de apoio sobre as características desse aluno. Conhecer a deficiência e entender como ela se manifesta é uma ação que considero importante para valorizar as potencialidades do aluno e não exigir demais dele.
Após o estudo, discutimos quais atividades deveríamos propor para que ele participasse ativamente do contexto social e cultural da escola. As etapas foram as seguintes:
1) Observação da rotina do aluno e levantamento das intervenções com os docentes: nesta etapa, investiguei os conhecimentos que o professor tinha sobre a deficiência e quais seriam as suas necessidades de aprendizagem para lidar com a criança.
2) Estudo da deficiência e das potencialidades que deveriam ser desenvolvidas: muitas vezes, o professor não conhece o tipo de deficiência que o aluno tem, o que ele é capaz de fazer e quais atividades podem ser planejadas. Por isso, estudar cada caso é importante para de fato incluir a criança respeitando sua individualidade.
3) Planejamento detalhado e organização da rotina do aluno: planejamos em conjunto as atividades que seriam realizadas na sala de aula. Elas foram elaboradas com base em nossos estudos, de forma a incluir o aluno na rotina da escola. Organizamos, então, momentos de leitura; aulas práticas de Geografia, História, Ciências, Arte e Educação Física; jogos e brincadeiras; apresentações culturais e festas. Já para os momentos individuais, pensamos em atividades específicas.
4) Avaliação do processo: a avaliação foi feita por meio do registro das falas do aluno, fotos, vídeos e relatórios do professor.
5) Apresentação dos registros para os pais ou responsáveis: organizamos dois momentos específicos com os pais ao longo do processo. No primeiro encontro, explicamos as atividades desenvolvidas, levando em conta as possibilidades dentro da nossa realidade. No segundo, ouvimos as percepções dos pais e apresentamos as nossas observações sobre a aprendizagem e o desenvolvimento da criança.
Após esse trabalho, que foi iniciado há um ano e meio, o aluno passou a ser enxergado na rotina da sala de aula. As atividades estão sendo aprimoradas a cada dia, e acredito que as dúvidas e questionamentos dos professores ficaram para trás.
E vocês, que ações realizam para incluir e valorizar os alunos com NEE?
Até a próxima quinta-feira!
Eduarda