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O que fazer quando as turmas da Educação Infantil recebem ainda mais crianças

Numa sala com muitas crianças, o professor pode diversificar as atividades para conseguir fazer intervenções pontuais

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
 Numa sala com muitas crianças, o professor pode diversificar as atividades para conseguir fazer intervenções pontuais (Foto: Shutterstock)

Numa sala com muitas crianças, o professor pode diversificar as atividades para conseguir fazer intervenções pontuais (Foto: Shutterstock)

“Quantas crianças têm na sala do meu filho?” Essa é uma pergunta comum feita pelos pais quando estão matriculando as crianças na Educação Infantil. E ela não é uma curiosidade à toa. Pelo contrário, é uma preocupação real de como será a atenção dada aos pequenos, pois quanto menor a criança, maior a supervisão que o adulto precisa ter – e as famílias estão muito certas de se preocupar com esse aspecto.

Já faz muito tempo que essa discussão ocorre nas creches e pré-escolas do país. De um lado do debate, estão os profissionais das instituições que acompanham o dia a dia e sabem da importância de não haver turmas muito grandes; de outro, estão os governos, que têm como foco o custo do aluno e a necessidade de ampliar constantemente o número de vagas oferecidas.

Na semana passada foi divulgado pela imprensa que, a partir de 2015, no município de São Paulo, crianças de 2 anos e 10 meses passarão a integrar a turma do minigrupo 2, que, antes, atendia somente crianças a partir de 3 anos e 1 mês. Com essa adequação, a prefeitura conseguiu ampliar a oferta de vagas, pois o minigrupo 2 atende 25 crianças, enquanto o minigrupo 1, que é a turma anterior, só pode atender 12.

O que isso muda no dia a dia da sala de aula?

Muita coisa, sem dúvida. Nessa faixa etária de 3 anos, é impressionante o contraste na autonomia dos pequenos. Em algumas famílias, a criança já não é tratada como um bebê, não usa mais fraldas nem chupeta, sabe se alimentar com autonomia e se comunica com muita desenvoltura, falando sobre seus desejos e necessidades. Em outras, o pequeno ainda é o bebê da casa, usa fraldas e mamadeira e tem um vocabulário bem reduzido porque tem suas necessidades atendidas sem precisar falar.

No ano em que passariam no minigrupo 1, todas essas crianças teriam a oportunidade de vivenciar diferentes situações de aprendizagem numa turma pequena. Mas, com a mudança e com uma sala maior, caberá ao professor planejar um trabalho que atenda às necessidades de aprendizagem de todos.

Como o gestor pode orientar o professor?

A primeira atitude que o gestor deve tomar é verificar como pode reestruturar o quadro de educadores e funcionários para que haja mais de um adulto nesta sala. Isso é importante porque um professor sozinho pode não dar conta de dar atenção a todos os pequenos. Outro ponto essencial é ajudar o docente a elaborar uma rotina que intercale momentos dentro e fora da sala de aula, onde seja possível estar com todas as crianças ao alcance dos olhos, e orientá-lo a investir em atividades diversificadas que o possibilitem fazer intervenções pontuais. Por exemplo, enquanto alguns pequenos estão no tapete com jogos de encaixe, outros estão no canto de faz de conta e alguns mais no espaço de leitura. Com estes últimos, o professor pode fazer uma atividade dirigida de leitura de imagens, conteúdo do eixo de Oralidade.

Outras possibilidades são refletir com o professor quais são os melhores procedimentos para que as crianças que ainda usam fraldas deixem de fazê-lo e repensar a organização do espaço da sala de aula. É interessante criar cantos mais amplos, retirar mesas, colocar mais tapetes de EVA ou papelão revestido com plástico, disponibilizar brinquedos que convidem os pequenos a interagir e providenciar mais colchonetes para aqueles que necessitam dormir.

Por fim, cabe ao coordenador pedagógico orientar, observar e avaliar os encaminhamentos constantemente, pois sempre é possível qualificar, melhorar e aperfeiçoar a rotina, as atividades, a comunicação com as famílias e vários outros aspectos que podem ser foco de tematização nos grupos de formação.  É na reflexão coletiva que encontramos as melhores soluções.

E na sua escola, já ocorreram mudanças que precisaram de uma reorganização? Vamos compartilhar as soluções encontradas!

Um abraço, Leninha