Ir ao conteúdo principal Ir ao menu Principal Ir ao menu de Guias
Notícias
5 4 3 2 1

A formação de auxiliares de sala e estagiários faz toda a diferença

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Na concepção que eu tenho de Educação, o aprendizado na prática com os mais experientes é o que embasa o trabalho com quem está começando na área (Foto: Gabriela Portilho)

Na concepção que eu tenho de Educação, o aprendizado na prática com os mais experientes é o que embasa o trabalho com quem está começando na área (Foto: Gabriela Portilho)

“O que eu faço quando as crianças não me obedecem? Na hora em que o professor está contando história, preciso ficar ouvindo também ou posso ir tomar café? Sempre que alguma criança começa a fazer bagunça, falo que vou chamar a diretora, mas nem assim ela para de perturbar os amigos”. Ouvi essas falas quando reuni os estagiários da escola para um bate-papo. Foi só nesse momento que percebi o quão urgente precisava implantar o grupo de formação com eles, pois havia muitos novatos e os professores já tinham me pedido para dar algumas orientações pontuais.

Na concepção que eu tenho de Educação, o aprendizado na prática com os mais experientes é o que embasa o trabalho com quem está começando na área – esse princípio também é muito pertinente quando se trata de formar professores. No entanto, só isso não é suficiente. Esses educadores também precisam participar de grupos de discussão sobre a prática e tomar as diferentes situações de sala de aula como objeto de reflexão para qualificar as ações.

Reservar um tempo e um espaço para realizar esse trabalho pode parecer impossível na rotina da escola ou do próprio coordenador, mas conseguir efetivar esse grupo de formação certamente trará mais qualidade nas intervenções pedagógicas. Por isso, fiquei algumas horas, entre uma tarefa e outra, pensando numa boa pauta para o primeiro encontro e como poderia potencializá-los já que, com muito esforço, eu conseguiria fazê-los somente a cada três semanas.

O primeiro encontro

Defini a pauta tendo como principal foco a interação entre as crianças e as intervenções do professor, já que muitas dúvidas e dificuldades eram relativas à ideia de que os pequenos devem ser obedientes e saber se comportar adequadamente nos diferentes momentos.

Como nosso encontro seria na sexta-feira, deixei uma folha-tarefa (clique aqui para vê-la) para cada estagiário na segunda-feira, pedindo a eles que observassem as ações dos professores. Claro que compartilhei meu planejamento com todos os docentes antecipadamente, tanto para pedir sugestões como para que tivessem consciência de que todas as suas condutas seriam observadas.

No encontro, formei duplas e pedi para os estagiários discutirem um caso (veja qual aqui), refletir e registrar o que fariam, considerando o que observaram na sala de aula nos dias anteriores. Optei por essa estratégia porque acredito que estudos de caso são ótimos para analisar uma situação real de sala com o devido afastamento capaz de permitir uma reflexão que servirá de referência para futuras ações ou intervenções na prática.

Na semana seguinte a esse exercício, os professores me contaram o quanto os estagiários estavam mais atentos. Eles também notaram algumas mudanças na interação e nas intervenções com as crianças. Esses comentários mostram que poder refletir coletivamente o que é de fato mais pertinente e coerente com a concepção de criança e como ela aprende é o que possibilita muita aprendizagem aos educadores. E não seria diferente com os que atuam como auxiliares de professores, não é mesmo?

Esse só foi o primeiro encontro. No próximo, pretendo utilizar uma filmagem de situação didática para discutir como se aprende. Bons modelos não faltam!

E na sua escola, os auxiliares têm formação em serviço? Compartilhe conosco como ela é organizada.

Um grande abraço, Leninha