A organização curricular é uma das ações mais importantes do planejamento de um bimestre. Quando o coordenador estabelece uma parceria com os docentes nesse processo, ele garante o acompanhamento e a observação da prática pedagógica, propondo intervenções na prática em sala de aula.
Definir o currículo escolar não é uma tarefa fácil, já que ele deve servir como um guia para orientar a prática. Por essa razão, ele precisa ser um documento flexível e adaptado à realidade da escola, tendo como base as necessidades de aprendizagem dos alunos.
Na minha experiência como coordenadora, observei que muitos docentes não sabem como aplicar as diretrizes do currículo na sala de aula e modificá-lo de acordo com as necessidades da turma. Percebi que muitos deles copiavam currículos prontos e transformavam os livros didáticos em referencial para o ensino, enquanto outros trabalhavam de forma aleatória, sem qualquer planejamento prévio dos conteúdos. Quando questionados sobre o currículo, os educadores apresentavam uma lista de atividades programadas para justificar a falta de preparo.
Por outro lado, também vi que a cobrança do currículo por parte dos coordenadores faz com que muitos professores entreguem algo pronto e copiado, um documento que não tem relação com a prática e com a rotina. Dessa forma, o ato de planejar o currículo se torna apenas o cumprimento de uma exigência burocrática da escola, e os docentes não chegam sequer a consultá-lo durante o ano.
Por essas razões, procuro sempre realizar o planejamento bimestral dos conteúdos com a equipe para que o currículo seja um instrumento de trabalho útil em sala de aula. Isso é feito com base nos parâmetros curriculares, no referencial de formação, nos direitos de aprendizagem, nos diagnósticos realizados no início do ano letivo e nos resultados de avaliações do ano ou bimestre anterior, o que facilita a seleção e elaboração de atividades pelo educador.
Nos horários de supervisão pedagógica que acontecem semanalmente ou nos horários de trabalho pedagógico coletivo (HTPC), considero os seguintes aspectos na organização do currículo:
- As diretrizes curriculares nacionais;
- A proposta curricular do estado, que orienta a nossa prática;
- O projeto político pedagógico (PPP) da escola e a concepção de ensino e aprendizagem;
- Os livros didáticos adotados;
- As necessidades de aprendizagem dos alunos;
- A evolução dos conteúdos ao longo das séries;
- O que deve ser trabalhado em cada série ou ano de escolaridade;
- Exemplos de atividades ou situações que tratam de um conteúdo específico.
Esse conjunto gera um documento que serve como parâmetro para o planejamento das aulas e para a avaliação das aprendizagens dos alunos, que deve contemplar o conteúdo, as habilidades a serem adquiridas, os objetivos do ensino e alguns exemplos de atividades que garantem a evolução dos conteúdos.
E vocês, como organizam o currículo com os professores?
Abraços,
Eduarda