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Colocar a criança como protagonista pode fazer toda a diferença

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Colocar a criança na posição de responsável pelas próprias produções pode fazer toda a diferença (Foto: Shutterstock/JoHo)

Colocar a criança na posição de responsável pelas próprias produções pode fazer toda a diferença (Foto: Shutterstock/JoHo)

Uma professora da turma de 5 anos chegou toda animada para o encontro de formação e falou que gostaria de compartilhar com o grupo o motivo da felicidade. Eu já sabia do que se tratava e achei bom abrir um momento para o relato, pois poderia ser interessante para levantar a reflexão sobre os diferentes fatores que interferem na aprendizagem das crianças.

Transcrevo o que ela nos contou:

“Vocês se lembram de quantas vezes eu falei sobre minha preocupação com a aprendizagem do David e do Alessandro? Eles não se interessavam pelas atividades, sempre davam um jeitinho de não participar das situações de leitura, escrita e de contagem e das atividades do projeto de Arte. Os dois sempre queriam ficar no canto de faz de conta, brincar com os bonecos, ficar apenas sentados olhando e fazer alguma “arte” como sair de fininho para o parque ou se esconder atrás das estantes da sala. Por mais que eu propusesse atividades diferenciadas e ajustadas aos conhecimentos deles, nenhum dos dois se envolvia. Pois é… Quero contar que os dois estão muito diferentes e participam ativamente das propostas. Em duas semanas, o David, que usava apenas algumas letras para representar o nome dele, já consegue escrevê-lo perfeitamente e a cada dia vem me mostrar como já consegue localizar várias palavras nas listas que estão no mural da sala. O Alessandro, que se recusava a participar dos jogos que envolviam contagem, agora me pede para ficar o tempo todo na mesa de jogos matemáticos no momento do diversificado e também está muito interessado nas situações de escrita. Ambos estão contentes em participar das situações didáticas e avançando muito!”

Quando a professora terminou de falar, uma das colegas perguntou o que havia acontecido e se ela tinha feito algo diferente ou se, de tanto insistir em propor situações específicas, estava dando certo. A professora respondeu:

“Acredito que foi por conta da apresentação que fizemos para o dia da família na escola. Vocês se lembram de que ensaiei uma música com a turma e as crianças faziam de conta que eram integrantes de uma banda de rock? Tanto o David como o Alessandro foram os guitarristas e se sentiram muito especiais com essa escolha. Nos ensaios, já tinha ficado visível que eles estavam se esforçando para fazer tudo muito bem feito, pedindo ajuda para os pais para assistir shows de bandas reais na internet. No dia da apresentação, eles capricharam no visual e pareciam verdadeiros guitarristas! Os colegas acharam o máximo! Minha hipótese é que a melhoria da autoestima deles fez toda a diferença.  Eles se sentiram muito valorizados quando os colegas se orgulharam deles. Depois disso, também passaram a ficar mais interessados e motivados nas atividades de sala.”

O grupo fez vários comentários e a conversa girou em torno do quanto é importante as crianças participarem de projetos que tenham um produto final e que elas sejam responsáveis por ele, atuando como protagonistas. Durante o encontro de formação, surgiram outros exemplos de situações em que os pequenos passaram a interagir muito melhor com os objetos de conhecimento por conta de outros fatores.

Toda a reflexão foi bem significativa e o relato da professora nos propiciou a percepção de como podemos encontrar caminhos e encaminhamentos que fazem toda a diferença.

E você, já se surpreendeu com algum fato ou encaminhamento que mudou tudo no envolvimento das crianças com as situações didáticas? Compartilhe conosco!

Um abraço, Leninha