O acesso aos livros didáticos na Educação básica brasileira é uma conquista para as escolas públicas. Na hora de escolher as obras que serão utilizadas pelos docentes, cabe ao coordenador pedagógico organizar e planejar ações que ajudem a equipe na análise e seleção dos títulos. Para isso, ele precisa saber o que priorizar nesta escolha e quais critérios devem ser estabelecidos.
É muito importante que a equipe pedagógica apresente para os professores o Guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para que os livros sejam escolhidos democraticamente, tendo em vista os objetivos do projeto político-pedagógico (PPP), as necessidades dos alunos e professores e a realidade da escola.
Para que esta escolha envolva todos, o coordenador pode organizar reuniões para a leitura e discussão do Guia. Nos encontros, é preciso observar a estrutura pedagógica dos livros, a visualização e disposição dos conteúdos, a valorização dos conhecimentos prévios dos alunos, o desenvolvimento da competência leitora, o trabalho com os temas transversais, a interdisciplinaridade, a contextualização e as atividades sugeridas.
Esse trabalho precisa ser pensado com antecedência, já que as coleções costumam chegar às escolas em uma data muito próxima à escolha. Os encontros de formação são o momento ideal para discutir sobre esse tema e definir algumas ações prioritárias que facilitem o processo. Destaco algumas delas:
1) Elaborar um plano de ação e prever um cronograma com as reuniões que antecedem o processo da escolha;
2) Planejar os conteúdos que serão discutidos nos encontros e as ações que podem ajudar o professor na seleção;
3) Avaliar os livros adotados no último PNLD e levantar pontos positivos e negativos de cada obra, de acordo com a metodologia de trabalho;
4) Pensar sobre os critérios que serão utilizados para escolha dos livros. Em seguida, organizar esses critérios em uma planilha que servirá de apoio durante as análises;
5) Organizar exposições das coleções para os professores. Caso não tenha a coleção em mãos, disponibilizar as resenhas das obras contidas no Guia do PNLD e pedir que eles selecionem aquelas que consideram adequadas para discutir sobre as concepções de objeto de ensino e sujeito de aprendizagem;
6) Nas primeiras reuniões, fazer uma apresentação sobre o papel do livro didático, apresentando pesquisas sobre o tema, dados referentes ao PNLD no Brasil como política pública e fatores que interferem no processo de escolha;
7) Socializar as análises e reflexões e traçar o perfil do livro ideal, de acordo com as estratégias e concepções de ensino adotadas pela escola.
Uma boa escolha depende da participação de todos no processo e da articulação do coordenador nas reuniões de formação, que devem servir como um espaço de debate e reflexão.
E vocês, como envolvem a equipe na escolha dos livros didáticos?
Abraços,
Eduarda