Ouço constantemente na mídia sobre a necessidade de qualificar o ensino, de valorizar a figura do professor, de investir na Educação Básica… Mas, poucas vezes, escuto sobre a necessidade de investir na formação docente. Em geral, só fala sobre isso quem é do meio. É claro que concordo com todos os itens que citei, mas, para mim, o último me é mais caro.
Ainda sou do tempo do magistério e, infelizmente, minha formação nesse curso foi medíocre. Tive ótimos professores de História e Geografia, por exemplo, mas os docentes de Didática, Fundamentos da Educação e Prática da Educação do Pré-Escolar eram totalmente despreparados. Foram as formações em serviço que me levaram do total desconhecimento à descoberta de que existe um fazer pedagógico pautado em pesquisas didáticas e que vão ao encontro dos processos de aprendizagem das crianças.
No meu primeiro estágio numa escola, participava mensalmente de uma formação, que durava o dia inteiro. A partir daí, um mundo novo se abriu para mim e eu comecei a fazer diversos cursos específicos na área pedagógica. Já na rede municipal de São José dos Campos, em São Paulo, comecei a ter acesso a diversas pesquisas, como a de Emilia Ferreiro, Délia Lerner e Patricia Sadovsky, quanto deslumbramento! Aprendi demais com tudo isso e com todas as profissionais com quem tive contato. Você pode ver algumas delas na imagem acima!
Quando me tornei coordenadora pedagógica de uma EMEI e passei a fazer formações regulares com a equipe docente, os professores vinham me contar que viam, acontecendo na prática, tudo aquilo que líamos nos livros e aprendíamos nos cursos. Quando eles compartilhavam comigo essas experiências, eu corria para sala de aula para também ter a oportunidade de ver a aprendizagem ocorrendo.
Sedentos de saber, esses docentes me impulsionavam a buscar cada vez mais informações. Era um desafio preparar a formação devido ao bombardeio de questões e reflexões. Por isso, a equipe de coordenadoras da rede se mobilizou para trazer bons formadores para nossa cidade, abrindo espaço para que os professores também pudessem participar (na maioria das vezes, pagávamos do próprio bolso). Essa prática continuou acontecendo por muitos anos e tenho certeza de que fez muita diferença em toda a Rede Municipal de Educação Infantil, qualificando o fazer pedagógico de todos.
Fiz esse relato para reforçar o quanto a formação é determinante na profissão de professor e coordenador pedagógico. Esses profissionais são, acima de tudo, observadores e pesquisadores, estão sempre atentos aos saberes de cada criança e de cada adulto e planejam como encaminharão as situações de aprendizagem para que elas sejam desafiantes, gerem novas hipóteses e conhecimentos e sejam suficientemente instigantes para que todos queiram continuar aprendendo.
Agradeço a todas e todos os professores e formadores que fizeram parte do meu percurso. Aprendi muito com as certezas, as dúvidas, os questionamentos, os debates acalorados, as tematizações da prática e, principalmente, com a generosidade de cada um de vocês!
Dia do Professor existe para homenagear esse profissional que faz a diferença.
E no seu percurso, quem fez a diferença?
Abraços, Leninha