O fim do ano letivo não é apenas um momento oportuno para refletir sobre o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses, mas também para pensar no futuro. Por isso, quero continuar a falar sobre planejamento participativo, essa ferramenta tão importante da gestão democrática. No post da semana passada, além de definir o que é o planejamento participativo, vimos algumas ações concretas que permitem um envolvimento efetivo da equipe de professores na elaboração dos planos para 2016.
No entanto, não é apenas o corpo docente que deve ser incluído no planejamento participativo, mas todos aqueles que fazem parte do processo de ensino e aprendizagem. E, como não poderia deixar de ser, a direção tem papel decisivo na concretização desse processo. Sendo assim, é necessário estabelecer uma parceria sólida entre o coordenador pedagógico e o diretor.
Junto a coordenação, a direção deve promover o planejamento baseado em princípios democráticos, cuja característica principal é a participação de toda a comunidade escolar nas decisões, desempenhando um papel de condução nos rumos, indicando as medidas concretas que serão contempladas para que a instituição alcance suas metas e realize os ideais de transformação postos no horizonte.
A articulação entre coordenador e diretor nas reuniões de planejamento com a presença de todos será um reflexo da relação desenvolvida entre ambos durante o ano. Para que esta parceria de fato ocorra, é essencial, portanto, que sejam realizados encontros periódicos apenas entre os gestores, com o objetivo de organizar e acompanhar o trabalho pedagógico e administrativo por meio de uma postura crítico-reflexiva. Nessas reuniões, alguns pontos precisam ser claramente considerados, como:
- A sintonia entre as ações práticas e o PPP;
- A articulação entre as ações programadas e os conteúdos do currículo;
- O desenvolvimento desse currículo e dos planos de ensino;
- As condições estruturais (suprimentos, materiais pedagógicos, ambientes e outros recursos) que a escola está oferecendo para que os alunos desenvolvam suas habilidades e competências;
- O apoio da direção aos docentes, que deve colaborar com a eficácia do processo de ensino e aprendizagem;
- A organização dos conselhos de classe/série/ano;
- O cumprimento dos dias letivos, horas-aula e do calendário escolar;
- O zelo pelo cumprimento das normas do Regimento Escolar.
Acompanhar e debater esses pontos regulamente fortalece a relação da dupla gestora e facilita os momentos de planejamento coletivo, em que toda a equipe (direção, coordenação, corpo docente e funcionários) poderá elencar o que deve ser transformado e o que precisa ser feito para que as mudanças ocorram em prol da aprendizagem. Durante meu processo formativo, aprendi que, na hora de avaliar as ações pedagógicas e pensar um planejamento coletivo, a pergunta fundamental é: “Como esta ação vai favorecer o aprendizado das crianças desta escola?”.
Este balanço final e planejamento do que será feito no próximo ano é fundamental, mas, como no caso das reuniões dos gestores, a avaliação institucional por todos deve ocorrer periodicamente para que os ajustes possam ser feitos no decorrer do processo e não apenas no fim do ano.
Planejar é muito mais do que elaborar planos e programas. É um processo de reflexão sobre a prática educativa por aqueles que nela estão envolvidos, especialmente a equipe gestora e o corpo docente, que tem o desafio de fazer com que os alunos desenvolvam as competências previstas. E o coordenador tem a responsabilidade de colaborar na articulação entre esses atores para garantir um planejamento coerente e realizável.
E você, coordenador, já conversou com o diretor da sua escola? Como tem sido essa parceria? Conte para nós, aqui nos comentários!
Até quinta-feira que vem!
Abraços,
Eduarda