Numa turma de Educação Infantil, existem as crianças que têm muita facilidade de participar das atividades e até lideram a turma e aquelas que têm dificuldades na hora de interagir e atuar nas propostas, ou porque são tímidas ou porque são menos ativas.
Esse cenário é bastante comum, mas não deve ser considerado ideal pelo professor. É responsabilidade dele assegurar que todos os pequenos participem ativamente das propostas, interajam com os colegas e aprendam com atividades ajustadas aos seus saberes. Para isso, ele deve ter um olhar atento e uma escuta apurada para acompanhar os fazeres, as aprendizagens, as interações e as demandas de cada criança. É um grande desafio, não é?
Mas o professor não está sozinho nessa. Ele tem a seu lado o coordenador pedagógico para orientá-lo e auxiliá-lo durante o processo.
Como? Primeiramente, acredito que o coordenador precisa garantir que o professor tenha clareza de que deve estar muito atento às ações de cada um dos pequenos e perceber se eles brincam e interagem com os colegas, se têm autonomia para escolher uma atividade, se cuidam de seus pertences, se sabem opinar quando alguém propõe algo etc. Enfim, a ideia é que o professor compreenda as necessidades de cada criança e saiba quais precisam de uma intervenção diferenciada para que participem, de fato, das atividades propostas.
Se o profissional tiver alguma dúvida de como fazer isso, o coordenador deve explicar a ele a importância de ter um registro do que acontece na sala de aula. É claro que devemos respeitá-lo na sua organização e não impor um modelo de documento. Alguns, por exemplo, preferem anotar o que observaram no caderno ou no notebook, enquanto outros optam por fazer registros fotográficos ou de áudio. O que importa é assegurar a autonomia do professor para escolher qual é o melhor jeito de acompanhar as aprendizagens das crianças e cobrar que ele se baseie nesses dados para efetuar intervenções eficazes.
A segunda forma de ajudar o professor a garantir que toda a turma tenha oportunidade de interagir e aprender é ajudá-lo a planejar essas intervenções. Acredito que este período do ano é muito adequado para marcar reuniões individuais, nas quais o docente leva os registros já organizados e analisados e discute que aspectos e quais crianças precisam de atenção especial. Daí é possível tirar alguns encaminhamentos, embasadas no conhecimento e na experiência dos profissionais envolvidos. Por exemplo, se um pequeno tem ficado isolado na sala de aula, o professor pode convidá-lo para montar um jogo com ele, dar a ele o papel de organizar o canto de faz de conta, pedir que ajude a separar alguns materiais, entre outras situações que o façam se sentir valorizado.
Pela minha experiência, ao refletir e trocar ideias com o coordenador, o professor constrói uma disponibilidade interna de tomar para si a responsabilidade de integrar as crianças às atividades e isso impacta diretamente na sua atuação em sala.
E você, como auxilia cada professor?
Um abraço, Leninha