O trabalho de um coordenador pedagógico é repleto de tarefas e responsabilidades. A minha rotina – certamente muito parecida com a sua – inclui auxiliar os professores na elaboração e diversificação das aulas, oferecer meios de formação, incentivar a reflexão sobre a prática, melhorando o processo de ensino e aprendizagem, e mediar diálogos e até conflitos.
Mas, em meio à correria do dia a dia, não podemos esquecer que todo esse esforço só tem um objetivo: atender bem o aluno. Afinal, é para ele que a escola existe, é ele quem deve ser o protagonista e ocupar o centro das nossas preocupações. Por isso, não basta apenas manter boas relações com a equipe docente, com a direção ou com alguns pais. Sem conhecer os estudantes e estabelecer uma relação positiva com eles, não é possível desenvolver um bom trabalho. Por exemplo: como pensar em estratégias didáticas ignorando as dificuldades que os alunos possuem? Como lidar com a indisciplina de uma criança sem compreender os motivos que a levam ter um mau comportamento?
Infelizmente, o coordenador aparece para os alunos, muitas vezes, como uma figura temível e distante. Embora esse distanciamento seja mais comum nos anos finais do Ensino Fundamental, ele também pode ocorrer nos ciclos iniciais. E é necessário quebrar esse gelo e criar meios para se aproximar das crianças!
Além de acompanhar a rotina do professor de perto, observando a sala de aula e a relação entre o docente e o estudante, como falei na semana passada no texto sobre observação de sala, é importante manter uma conversa direta com as crianças e suas famílias, convidando os responsáveis para reuniões sobre o trabalho pedagógico que será desenvolvido. O coordenador deve, na medida do possível, saber chamar cada aluno pelo nome e participar das atividades com a classe, analisando as produções, os registros e os cadernos.
Alguém poderia discordar, dizendo que essas funções pertencem ao orientador educacional. Em tese, esse gestor seria o mais próximo dos alunos, o responsável por ajudar nos estudos, buscar a cooperação das famílias, realizar observações e entrevistas e participar do processo de avaliação escolar e recuperação. Mas, dada a realidade da nossa Educação, muitas instituições não podem contar com esse profissional, e o coordenador tem que suprir a lacuna – o que não vejo necessariamente como um problema. Não estou, de modo algum, diminuindo a importância do orientador, que é enorme. Mas o coordenador pode tirar proveito dessa carência para alimentar a própria prática como gestor.
Seja como for, não há como prescindir de uma relação próxima com os alunos, sob o risco de transformar a coordenação pedagógica em um cargo burocrático e isolado. Nós, gestores, precisamos estar no chão de sala e mostrar que somos parceiros dos estudantes, assim como ajudamos o docente a desenvolver suas potencialidades.
E você coordenador, o que pensa sobre o assunto? Como procura estabelecer uma proximidade com as crianças da sua escola? Conte para nós!
Um abraço,
Eduarda.