Tem sido muito comum a queixa de coordenadores sobre o acúmulo de tarefas e a falta de tempo para se dedicar à formação dos professores. Os relatos, que apareceram em comentários aqui do blog e em conversas que tive com colegas, é que, diariamente, estouram muitas situações que precisam ser solucionadas rapidamente e que não são, necessariamente, responsabilidade do coordenador. Entre elas, estão o atendimento a pais que chegam com problemas pontuais e esperam ser atendidos imediatamente, professores que solicitam ajuda para lidar com conflitos entre as crianças, a abertura ou fechamento do portão da instituição, a falta de funcionários ou docentes que precisa ser coberta, a necessidade de tomar providências quando falta um material na sala da aula e por aí vai…
Quando essas demandas surgem ocasionalmente, seja porque a secretaria está sem funcionário ou porque o diretor está em reunião fora da escola, certamente é o coordenador que deve dar conta delas. Afinal, os professores precisam se responsabilizar pelas crianças. Mas o que fazer quando essas situações se tornam rotineiras e não sobre tempo para cuidar de outras tarefas?
Compartilhar as atribuições de cada um que atua no ambiente escolar é fundamental. Será que o diretor, os funcionários e os professores da sua escola têm clareza do que você faz? Eu já ouvi de uma auxiliar de sala que ela achava que o papel do coordenador era ajudar o diretor a resolver os problemas que aparecem.
Para que confusões assim não aconteçam, é bacana elaborar e divulgar seu cronograma de atividades semanais. Quando eu trabalhava como coordenadora numa escola, procurava garantir, junto com a diretora, que eu tivesse momentos de planejamento das formações, de acompanhamento da prática em sala de aula e de elaboração dos atendimentos individuais. A diretora também fazia o mesmo. Assim, aquela que estava mais disponível, atendia as demandas que surgiam, enquanto a outra dava andamento às suas atividades.
Mesmo com todo esse planejamento compartilhado que eu comentei acima, é comum aparecer pais a todo momento na escola. Em relação a isso, a forma que eu acredito ser mais interessante para contornar a situação é investir na comunicação escola-família, deixando claro o que acontece na instituição, e na formação dos funcionários da secretaria. A equipe precisa saber responder questões básicas que os familiares costumam ter e avaliar se precisarão encaminhar a situação para um gestor tomar uma providência.
Também é interessante ter protocolos claros e compartilhados com todos sobre como identificar o que está interferindo na rotina da escola e quais são os procedimentos mais adequados. Claro que dá certo trabalho pensar em tudo isso e numa boa forma de divulgar para a equipe, mas certamente evitará que professores e funcionários levem tudo para ser resolvido pelo gestor. Para ajudá-los, compartilho um registro que um grupo de professores elaborou depois de refletir sobre como lidar com conflitos em sala de aula, demanda que, eventualmente, pode cair na mão do coordenador pedagógico.
O interessante é todo ano revisitar esses protocolos, principalmente com os profissionais novatos na escola, tanto para validá-lo como para atualizá-lo. Afinal, sempre podemos aperfeiçoar nossas práticas.
E você, como lida com essas demandas que surgem na rotina?
Um abraço, Leninha