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8 dicas essenciais para uma reunião individual com a família

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

Momentos em que professor e responsáveis conversem em particular não devem se limitar aos casos mais problemáticos, mas se estender a todos. Foto: Shutterstock

A reunião de pais é um momento especial para fortalecer a parceria entre a família e a escola. Tradicionalmente, ela é feita de forma coletiva: os professores fazem comentários gerais sobre o desempenho da sala e dão uma ou outra orientação, reservando o momento final para uma conversa individual breve com aqueles que desejarem.

O problema é que as inquietações são muitas, o tempo é curto e não dá para atender a todos. Por esse motivo, é importante prever momentos ao longo do ano em que professor e responsáveis possam conversar em particular. E isso não deve se limitar aos casos mais problemáticos, mas se estender a todos os alunos – ou ao menos àqueles que precisam de uma atenção especial. Mas como definir quem são esses?

Há casos que, obviamente, exigem uma conversa particular, como quando o aluno em questão não está dentro das expectativas de aprendizagem ou apresenta comportamentos atípicos. Mas essa é uma daquelas decisões em que não há receita pronta e, naturalmente, pesa muito a sensibilidade do professor. Um primeiro passo importante é ficar atento à postura dos responsáveis na reunião coletiva: pais inquietos ou com muitas dúvidas devem acionar um sinal de alerta em nossa cabeça.

O segundo passo é planejar bem a conversa, e o coordenador precisa orientar os professores nesse sentido. Nem sempre é fácil prever quais as expectativas da família em relação ao convite e como ela reagirá. Mas, com a prática e a observação atenta das reuniões de pais tradicionais, isso fica mais fácil.

Para ajudá-lo nesse trabalho, quero compartilhar com você oito pontos importantes que nortearam o meu planejamento neste bimestre, aqui na escola onde eu trabalho. São dicas, alertas e estratégias que ajudam a organizar o encontro individual e a acertar o tom da conversa.

  1. Culpar a família por eventuais problemas não ajuda em nada. Pelo contrário, a postura acusatória gera sentimentos de fracasso, angústia e tensão na relação delas com as crianças, além de gerar atritos com a própria escola. É preciso fugir dos julgamentos e se concentrar em compreender as causas da dificuldade.
  2. É fundamental ouvir as dúvidas e inquietações dos responsáveis. Eles precisam ser ouvidos com respeito e se sentirem livres para colocar suas opiniões. Nesse momento, o professor precisa ter paciência para responder as perguntas.
  3. Comportamento em sala de aula deve ser tratado com cautela. Antes de tudo, a escola precisa apresentar o que tem feito para resolver eventuais problemas de indisciplina. Em casos mais graves, se as medidas tomadas não derem conta da situação, é necessário discutir com os responsáveis o que fazer. Precisamos buscar ajuda externa, como um psicólogo ou um orientador educacional? Essas são decisões que precisam ser tomadas em conjunto com a família.
  4. O professor deve explicar como é a rotina das aulas e quais estratégias costuma utilizar com o aluno. Dar informações detalhadas na conversa particular é importante mesmo que elas já tenham sido discutidas na reunião coletiva, para que não reste dúvida sobre tudo o que envolve o processo educativo. Percebo que muitos pais, por exemplo, só acompanham o andamento dos filhos pelo que observam no caderno, mas não têm muita clareza do trajeto percorrido.
  5. A conversa particular é o melhor momento para analisar de forma específica o rendimento. Portanto, oriente a equipe a apresentar exemplos de atividades realizadas pelo estudante, mostrar o que ele aprendeu no bimestre e o que irá estudar no próximo. Os registros feitos em sala de aula também são valiosos e precisam ser mostrados. É importante enfatizar os dados positivos e os avanços da criança.
  6. Os erros cometidos em produções e avaliações têm que ser analisados em conjunto. Muitas vezes, as observações do docente em relação ao que está por trás do erro ajuda os responsáveis a perceber em que estágio a criança está. Mas isso não basta: o professor também tem que dizer o que fez ou pretende fazer para que o aluno avance.
  7. O professor pode orientar a família a incentivar a criança a estudar em grupos de apoio. Em certos casos, um estudante com baixo desempenho em determinado conteúdo precisa de um reforço, e cabe ao docente recomendar aulas no contraturno ou, se não houver essa opção na própria escola, auxiliar a família a dar suporte para o aluno em casa. Isso nos leva à próxima sugestão.
  8. Os responsáveis precisam saber como podem ajudar o aluno em casa. Para isso, o docente pode sugerir quais conteúdos devem ser revisados e de que maneira a rotina para a lição de casa pode ser organizada. Cabem também dicas sobre como participar do momento da tarefa, sem acabar fazendo-a pela criança.

E você, costuma realizar reuniões individuais na escola? Conte para a gente um pouco da sua experiência!

Abraços,
Eduarda.