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Leia dicas e respostas da especialista em Psicologia da Educação, Catarina Iavelberg, sobre a vida escolar dos alunos e sobre a relação entre a instituição e a família

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Catarina Iavelberg
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Os grupos de WhatsApp e a escola

Alunos, professores, pais e gestores precisam refletir sobre o uso das redes sociais a favor do aprendizado e da melhoria das relações

POR:
Catarina Iavelberg
Catarina Iavelberg. Foto: Marina Piedade Orientação educacional

Catarina Iavelberg é especialista em Psicologia da Educação e escreve sobre orientação educacional.

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Hoje em dia, é muito difícil alguém ter um telefone celular e não acessar aplicativos como o WhatsApp. Por meio dele, são criados grupos com diversos objetivos, sempre com a intenção de fortalecer a comunicação entre os usuários. Algumas conversas têm finalidades escolares. Pode-se, por exemplo, avisar sobre lições de casa e tirar dúvidas com os colegas. Outras servem apenas para entreter e incluem trocas de vídeos, fotos e piadas. Infelizmente, também há conversas usadas para denegrir, caluniar, fazer fofoca e difamar colegas, professores e gestores.

Muitos alunos que estão nos anos finais do Ensino Fundamental já possuem celulares, e a maioria está inserida em pelo menos um tipo de rede social. Essas interações geram, portanto, implicações para a família e para a escola. Os pais precisam ficar atentos ao conteúdo que circula nos celulares dos filhos, fiscalizar e controlar o uso dos aparelhos. Entretanto, o mais importante é manter sempre um diálogo sobre as questões éticas que envolvem a participação nas redes. O que o jovem deve fazer se receber uma mensagem que expõe uma pessoa? Como agir ao ler um texto com conteúdo preconceituoso? Quais as consequências de participar de uma conversa que envolva cyberbullying?

É essencial lembrar que crianças e jovens aprendem com modelos. Então, os pais têm de se questionar sobre o uso que eles próprios fazem do celular e a qualidade de suas participações em aplicativos como o WhatsApp. Pensando no ambiente escolar, muitos criam grupos de conversa com o objetivo de fortalecer o vínculo entre as famílias e compartilhar informações sobre assuntos pertinentes à vida de crianças que estão na mesma classe. Porém, alguns acabam por trazer prejuízos enormes para os próprios alunos e para a escola. Isso ocorre, por exemplo, quando a interação é usada para queixarem-se sobre a conduta de professores ou estudantes.

Há pais que, diante de um problema, em vez de buscar um canal direto de comunicação com a escola, expõem suas preocupações em mensagens de texto de forma ofensiva e desrespeitosa. Já soube de grupos de familiares que se mobilizaram para pedir a expulsão de alunos ou mesmo o afastamento de docentes. Também não é raro presenciarmos responsáveis que expõem os próprios filhos e outras crianças com imagens ou palavreado inadequado, julgamentos e estigmatizações desnecessárias. Problemas pequenos acabam ganhando uma dimensão maior, o que só dificulta a resolução. Assim, surgem indisposições e até inimizades entre os pais dos alunos.

À escola, cabe orientar as famílias a fazer um uso potente desse recurso tecnológico, por exemplo, compartilhando assuntos de interesse geral (sobre saúde, programação cultural etc.), e lembrá-las de que, quando tiverem questões sobre a vida escolar dos filhos, o melhor canal é a comunicação direta com a gestão. Afinal, alguém já viu um problema delicado ser resolvido pelas redes sociais? Também é interessante promover reflexões com os estudantes sobre o uso consciente dessas ferramentas e utilizá-las em sala de aula de maneira positiva, potencializando a construção de boas relações e o aprendizado.

A propósito, caros leitores, este nosso canal de comunicação se encerra com este texto. Foram seis anos de publicações na revista GESTÃO ESCOLAR, período em que conversamos sobre diversos assuntos que envolvem o dia a dia do aluno, não é mesmo? Agradeço a leitura e participação de todos e espero encontrar vocês em outros espaços, reais e virtuais! Um forte abraço!