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Módulo 5: Pular, tocar, dançar

Formação continuada em Educação Infantil

POR:
GESTÃO ESCOLAR
Se o corre-corre das crianças na Educação Infantil incomoda os professores, vale enfatizar a importância do movimento. Foto: Marina Piedade

2ª reunião: Aprender com bons modelos

Folguedos são manifestações folclóricas de grupos que representam um enredo tradicional, desenvolvido com base em um drama de personagens que aparecem trajados a caráter, de acordo com a tradição. Bumba meu boi, congada e pastoril são bons exemplos que surgem em várias regiões brasileiras. O Brasil tem um rico repertório de danças folclóricas, expressões populares caracterizadas por uma coreografa típica que acompanha um certo estilo musical (ciranda, catira e maculelê, entre outros). As tradições culturais são ricos contextos para a criança imaginar, produzir música e dançar. Proponha aos professores a análise de duas experiência com o tema do boi, inspirador de festas populares de diferentes regiões do país. Apresente os textos Brincadeira, Arte e Cultura em Florianópolis, de Mônica Fantin, e Chita no Carnaval e no São João, de Lucília Franzini. Nas discussões em subgrupos, peça que eles preencham um quadro semelhante a este modelo:

Se o corre-corre das crianças na Educação Infantil incomoda os professores, vale enfatizar a importância do movimento

Ajude-os a investigar como a estética dos enredos nas diferentes regiões e a riqueza da indumentária de certas manifestações podem ser exploradas em danças e brincadeiras. Para finalizar, construa com os professores um roteiro para o planejamento de uma proposta com base em uma dança ou folguedo, usando o desenho de planejamento desenvolvido por Mônica Fantin.

3ª reunião: Pesquisar para saber mais

O planejamento de uma nova proposta exige estudos para ampliar o repertório: oficinas com pessoas da comunidade para dançar, tocar e cantar e sessões coletivas de filmes sobre dança enriquecem o trabalho e dão vitalidade ao grupo. Para iniciar essa etapa, organize uma oficina de pesquisa do repertório de danças e folguedos. Oriente os professores a conduzir com as crianças uma consulta à comunidade a fim de identificar pais, amigos, parentes e vizinhos que integrem grupos folclóricos ou conheçam um repertório de memória. Você pode convidá-los a participar de alguns encontros. Ofereça como apoio fontes previamente levantadas e peça que os professores sistematizem as pesquisas para contarem aos colegas. Por fim, oriente-os a escolher uma dança ou folguedo para ensinar às crianças.

Movimento expressivo

Essa dimensão do movimento engloba tanto as expressões e a comunicação de ideias, sensações e sentimentos pessoais como as manifestações corporais que estão relacionadas com a cultura. A dança é uma das manifestações da cultura corporal dos diferentes grupos sociais que está intimamente associada ao desenvolvimento das capacidades expressivas das crianças. A aprendizagem da dança pelas crianças, porém, não pode estar determinada pela marcação e definição de coreografias pelos adultos. (Brasil, MEC, RCNEI, p. 30)

Musicalidade expressiva

A música está presente em diversas situações da vida humana. Existe música para adormecer, dançar, chorar os mortos, conclamar o povo a lutar. Presente na vida diária de alguns povos, ainda hoje é tocada e dançada por todos, seguindo costumes que respeitam as festividades e os momentos próprios a cada manifestação musical. Nesses contextos, as crianças entram em contato com a cultura musical desde muito cedo e assim começam a aprender suas tradições musicais. (Brasil, MEC, RCNEI, p. 34)

Coordenador Lembre-se de que o ensino de dança e música na Educação Infantil é pouco discutido na formação inicial. A pesquisa orientada em uma reunião pedagógica pode ser desdobrada em vários outros momentos, coletivos e individuais, gerando um programa especial para o estudo autônomo dos professores ou um trabalho compartilhado na comunidade.

4ª reunião: Planejar para ensinar melhor

Se o corre-corre das crianças na Educação Infantil incomoda os professores, vale enfatizar a importância do movimento. Foto: Marcelo Almeida

Depois de pesquisar as referências, é hora de sistematizar planejamentos consistentes para serem desenvolvidos nos próximos meses - o que pode ser feito em duplas. Você pode intervir sugerindo a melhoria das atividades e organizando pautas para a observação e o registro da prática. Planeje o registro escrito e fotográfico das brincadeiras e a organização de portfólios e elabore um cronograma de encontros para supervisionar o trabalho, criando momentos para que eles partilhem o que estão fazendo.

Inclusão

Como lidar com crianças que tenham alguma deficiência ou necessidade especial que restrinja movimentos ou escuta? No planejamento de atividades envolvendo música e dança, pense em como incluir todas, de acordo com cada contexto. Os próprios alunos podem e têm direito de dar sugestões de como participar. No projeto Ciranda, publicado na revista NOVA ESCOLA, a especialista Maria da Paz Castro, orientadora de práticas inclusivas da Escola da Vila, em São Paulo, sugeriu ajustes para incluir de modo participativo crianças com deficiência motora: colocá-las para ajudar na marcação de ritmo ou dar um sinal combinado com a turma para a mudança de passo, segurar um estandarte ou outro objeto importante para a dança, fazer pesquisa sobre o tema e apresentar aos colegas ou ser o fotógrafo da atividade. "Assim, ele deixa o papel da criança que sempre precisa de ajuda para ocupar um posto importante, de quem tem algo a oferecer à turma", afirma ela. As discussões coletivas devem incluir os demais educadores, porteiros e equipe de apoio, pois muitas adaptações, principalmente as espaciais, envolvem toda a instituição.

Coordenador Esse trabalho vai resultar em apresentações mais interessantes das crianças, mas não se esqueça que no dia a dia também há boas oportunidades para elas produzirem música e dançar. E as brincadeiras, atividades permanentes nesse segmento, oferecem um bom contexto. Incentive a equipe a pesquisar sobre elas em sites, livros, revistas e CDs. No site da revista NOVA ESCOLA há uma interessante pesquisa das brincadeiras em 40 cidades em todo o Brasil. Outra sugestão é o acervo Barca.

5ª reunião: Avaliação e sistematização

Organize uma troca de portfólios entre os professores para que cada um conte o que pesquisou, planejou e desenvolveu. Oriente-os a considerar o instrumento utilizado na 1ª reunião como referência de análise do próprio trabalho, explicitando os objetivos específicos das linguagens, o que as crianças aprenderam e o que os professores fizeram. Eles podem produzir painéis com fotografias do percurso e legendas explicativas do processo para apoiar a reunião de pais.

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA

O Domínio do Movimento, Rudolf Laban, 272 págs., Ed. Summus, tel. (11) 3872-3322, 68,10 reais

Explorando o Universo da Música, Nicole Jeandot, 174 págs., Ed. Scipione, tel. (11) 4003-3061, 40,50 reais

Expressão Corporal na Pré-Escola, Patricia Stokoe e Ruth Harf, 152 págs., Ed. Summus, 39,90 reais

Gestos de Cuidado, Gestos de Amor - Orientações sobre o Desenvolvimento do Bebê, André Trindade, 168 págs., Ed. Summus, 86,90 reais

Gesto e Percepção, Hubert Godard, in Lições de Dança - vol. 3., Ed. UniverCidade, tel. 0800-606-9999, só para consulta

Kollreutter Educador, Teca Alencar Brito, 192 págs., Ed. Peirópolis, tel. (11) 3816-0699, 42 reais

Música na Educação Infantil, Teca Alencar Brito, 208 págs., Ed. Peirópolis, 49 reais