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Como promover um bom acolhimento e adaptação das nossas crianças

POR:
Muriele Massucato

Olá, colegas,

No post anterior conversamos sobre o acolhimento das famílias na primeira Reunião de Pais, agora quero comentar um pouquinho sobre o acolhimento de nossos bebês e crianças. Esse processo precisa ser bem cuidado por toda equipe escolar e cabe a nós, gestores, problematizarmos todas as questões, evitando que o começo da relação professor-aluno seja “automatizado”, sem o planejamento de propostas que proporcionem a construção de vínculos e confiança.

Os pequenos precisam de um tempo para se sentirem seguros no ambiente escolar e isso está diretamente ligado à segurança que transmitimos a seus pais (ou responsáveis). Pensando nisso, no final do ano passado, a direção organizou uma reunião com os pais dos alunos novos em que foi passado um vídeo explicativo da escola e as dúvidas imediatas foram esclarecidas. No mesmo encontro, foram explicitadas as ações que esperamos das famílias: serem parceiras, respeitar a ampliação gradativa do tempo que a criança permanece na creche sem companhia, garantir a frequência regular e encorajar os pequenos a vencerem esse desafio.

Conversamos sobre isso na reunião pedagógica em que acolhemos os professores. Eu e os demais membros da equipe gestora acreditamos que criar modelos de ações de acolhimento seja uma forma interessante de demonstrar a importância de alguns cuidados neste sentido, portanto, precisamos sempre ter esta preocupação em toda e qualquer reunião.

Agora pensemos: se para nós, adultos, já é bastante delicado – e, para alguns, até mesmo sofrido - o retorno ao trabalho ou o início em um novo ambiente profissional, com colegas novos, imagine para as crianças. Considerando isto, planejamos uma ação formativa para trabalharmos formas de acolhimento dos pequenos e de suas famílias, baseando-nos nos princípios norteadores da Rede Municipal de São Bernardo do Campo: gestão democrática, acesso, permanência e sucesso escolar e prática pedagógica. Veja aqui nosso material.

Refletimos sobre as ações, dando oportunidades de diálogo efetivo com os pais, propostas de avaliação durante o ano letivo, incentivos à participação das famílias na escola e uma postura aberta a ouvir as questões que eles apresentarem. Quanto aos bebês, refletimos sobre a importância de práticas que propiciem o encantamento e o quanto a decoração dos espaços e disposição dos brinquedos e materiais pode ser favorável. Procuramos ainda respeitar a individualidade de cada um, observando seus comportamentos e preferências, deixando que tragam seus objetos de apego que remetem à sua casa ou à sua família.

O tempo na escola é outro fator que merece cuidado especial. No início, as crianças ficam em média duas horas junto aos seus responsáveis, tempo que vamos ampliando gradativamente durante quase todo o mês de fevereiro. Sabemos o quanto isso pode ser complicado aos pais que trabalham fora, mas pensar no bem-estar da criança é fundamental, evitando traumas e sofrimentos desnecessários. Portanto, orientamos as famílias a seguirem os horários com rigor, para que os bebês e as crianças sintam-se seguros com a vinda diária. A afetividade dos educadores faz-se ainda essencial na construção de vínculos que serão a base desta relação.

Em relação às crianças maiores, combinamos atividades lúdicas, que propiciem a integração das turmas e também rodas de conversa para que possam colocar suas expectativas. Outro ponto importante foi organizar os combinados “com” a turma e não “para” a turma. A ideia de um “contrato” faz com que todos se sintam participantes no processo. Quanto ao 1º ano Ensino Fundamental, foi combinado um acolhimento com redução de horário e ampliação gradativa, considerando a faixa etária das crianças e a transição a partir da Educação Infantil. Lembremos que mesmo no Ensino Fundamental todos são crianças e precisam de práticas pedagógicas que respeitem essa fase tão relevante da vida.

A professora do laboratório de informática fotografou as propostas discutidas e estamos pensando em fazer um vídeo sobre as experiências realizadas para ser exibido às famílias na próxima reunião. Por fim, orientamos os professores a registrarem tudo nos seus planos de ação para que possam refletir sobre as ações e replanejar, caso necessário.

Ufa, quantos detalhes! Mas como é bom estar vendo diariamente o resultado de todas essas conversas na prática. E vocês, como tem pensado a respeito?

Um abraço e até a próxima,

Muriele Massucato