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Nem todas as famílias gostam de comemorações de Carnaval. E aí?

POR:
Joelma Souza
Nas atividades festivas é preciso levar em conta a diversidade do público que as escolas atendem. Crédito: Shutterstock

Carnaval é tempo de festividade. Muitas escolas aproveitam esse período para realizar atividades relacionadas ao tema. No entanto, nem sempre a visão do diretor corresponde a dos demais e é preciso ter sensibilidade para dosar cada atitude e ação. Por conta da diversidade do público (e de seus princípios religiosos) que as escolas atendem, os gestores precisam tomar decisões considerando o bem comum e possibilidade de envolvimento de todos os alunos nesse momento.

Pensando nas atividades desenvolvidas ao longo dos anos nas instituições pelas quais passei, resolvi compartilhar com vocês, queridos colegas diretores, algumas situações que enfrentamos e que, com muito cuidado, fomos desmitificando o pensamento da “vulgaridade” em torno do tema.

Para começar a conversa, é preciso ter consciência que o Carnaval antecede (muito) os dias de hoje. Nele está embutido um contexto histórico, valor cultural e simbolismo religioso e de vivências que se comemoram desde a Antiguidade, sem deixar o glamour de sua existência e se manifestando de diferentes formas ao redor do mundo. Aos pais e responsáveis contrários que essas festas tomem o espaço escolar, cabe esclarecer o valor histórico-cultural e que a postura tomada pela escola será sempre de preservar e respeitar a diversidade. Esse é um preceito muito caro à escola e que deve estar sempre em nossos horizontes.

Algumas vezes, é nesse espaço que se consolidam as melhores oportunidades para lidar com as diferenças. O que cada família pensa e acredita para si deve ser respeitado, mas também precisamos conscientizá-los de que a participação dos estudantes em momentos de alegria não tira o tom de princípios religiosos, e sim, valoriza a tolerância.

Aqui, em nossa instituição, não deixamos de fazer um momento festivo. Mas, tendo em vista o respeito a todos aqueles que não gostam ou não podem participar por questões familiares e/ou religiosas, oferecemos outros espaços da escola como opção, com atividades que podem ser, por exemplo, leituras relacionadas ou um cinema em sala de aula. Algumas dicas podem ajudar na reflexão desses momentos:

- Cada professor (ou gestor, se questionado) deve respeitar e mediar os questionamentos, posições e possíveis conflitos que surgiram dentro e fora de sala sobre o tema.
- Não desperdice o tempo didático de sala de aula. As atividades devem ser contextualizadas de forma interdisciplinar no contraturno. Os alunos podem produzir pesquisas, fazer confecção de cartazes e auxiliar na ornamentação do espaço para as atividades lúdicas.
- Pense as ações por série para que sejam adequadas à faixa etária e para que possam ter um aproveitamento melhor das atividades determinadas.
- Ao promover um momento festivo com foco em desfiles de bloco, máscara, marchinhas, fantasias, não se esqueça que estamos dentro de uma instituição de ensino. O traje será sempre muito importante e, portanto, deve ser adequado. 
- Deixe a escola num clima harmonioso e ornamentado para que toda a comunidade sinta o momento com muito respeito, principalmente os murais com as atividades desenvolvidas.

E você, amigo diretor, como tem desenvolvido com seus alunos esse momento de cultura popular? Deixe sua dica e compartilhe suas experiências. Assim, reuniremos bons exemplos a serem seguidos. Feliz semana e até a próxima quarta.

Um grande abraço,
Joelma