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Alunos protagonistas tomam decisões no dia a dia em sala de aula

POR:
Eduarda Diniz Mayrink
Em projeto sobre brincadeiras de ontem e hoje, os professores polivalente e de Educação Física deram voz aos estudantes

É comum que, no dia a dia da escola, as crianças executem atividades planejadas pelos professores e tenham pouca ou nenhuma participação na tomada de decisões. Como coordenadora pedagógica, me preocupo com isso e converso com os docentes sobre o cuidado que precisam ter de considerar a opinião dos pequenos durante a rotina, em situações como a organização do espaço ou de um agrupamento e a construção de uma regra.

Gostaria de compartilhar um exemplo bacana que aconteceu no ano passado. Quando a professora de Educação Física Cida Caldeira estava planejando os conteúdos do semestre, ela definiu que, nos primeiros anos do Ensino Fundamental, os jogos e brincadeiras (eixo da matriz curricular) seriam trabalhados com o foco de conhecer a comunidade, aqueles que fizeram parte da infância de seus familiares e de outras culturas. Justificou com o seguinte termo de Max Haetinger: “Nossa sala de aula deve ter espaço para os brinquedos e brincadeiras de hoje, mas também para os jogos que acompanham nossa cultura”.

Em seguida, a professora realizou um levantamento dos jogos conhecidos e apreciados pelas crianças e também solicitou uma pesquisa com os familiares. Com o acervo que apareceu nas turmas do 1º ao 5º ano, a docente preparou uma diversidade de experimentações com variações da mesma brincadeira dependendo do local e da cultura.

Quando conversamos, a educadora colocou seu desejo de registrar esses jogos e brincadeiras que seriam vivenciadas nas suas aulas e me fez algumas perguntas: Qual registro poderíamos fazer?  Poderia ser um painel com fotos?  Um DVD com registros das crianças brincando? As crianças poderiam desenhar? Poderia ser um livro com fotos e desenhos? Achei ótima a colocação da professora, pois o registro das atividades é de suma importância para a formação dos alunos e do professor.

No entanto, além de incentivar, o meu papel naquele momento era de problematizar a ideia posta. Então, perguntei: “Que tal dar às crianças o poder de decidir qual seria o melhor tipo de registro das brincadeiras?”. Essa pergunta fez toda a diferença nas decisões tomadas posteriormente. Cida questionou os pequenos, que sugeriram um livro de brincadeiras na escola, com imagens e regras.

Foi então que a ideia de escrever o livro foi desenvolvida. As etapas foram brincar bastante, conhecer e registrar as regras e desenhar as brincadeiras. Toda a produção ficou nas mãos dos alunos, enquanto a professora cuidou da organização. O lançamento do livro representou a culminância de um trabalho que integrou um contexto real de atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física, colocando as crianças como protagonistas de todas as etapas do processo de aprendizagem. 

E vocês coordenadores, já refletiram com os professores ou problematizaram com eles onde está a participação das crianças nas decisões a serem tomadas na prática da sala de aula? Compartilhem suas ideias sobre esta questão.

Um abraço,

Eduarda