O que fazer para tranquilizar pais e alunos na transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental?
POR: Eduarda Diniz Mayrink
A transição das crianças da pré-escola para o Ensino Fundamental é um momento importante tanto para os pequenos quanto para os adultos. A idéia que se tem é que, ao ingressarem nesta nova fase, mudaram para uma etapa de aprendizagem mais séria e com alto grau de exigência. Esse entendimento é passado aos pequenos pelos próprios pais que avisam: “Agora, você terá que estudar. Não vai mais à escola para brincar”.
Uma parte desse pensamento está correto. É claro que no Ensino Fundamental as ações nas quais gastaremos mais ou menos tempo se invertem, porém não devem desaparecer. Por exemplo, os alunos podem continuar com seus momentos de jogos e brincadeiras, porém serão separadas mais oportunidades de se debruçar no estudo de um conteúdo específico. Eles continuam sendo avaliados de forma processual, mas também passam a fazer avaliações pontuais. Os docentes continuam dando suporte no que for necessário, mas cresce a autonomia dos estudantes.
Para que esse processo seja compreendido e conduzido de maneira mais suave, os professores podem ter algumas atitudes-chave: pedir às crianças que compartilhem suas dúvidas e medos em relação à mudança, dizer quais são as modificações que serão realizadas nessa nova etapa e reforçar o que será mantido e tomar cuidado para que os conteúdos trabalhados promovam o engajamento da turma com foco na exploração, pesquisa e experiência.
Quando essas ações são realizadas, as crianças costumam se adaptar facilmente à nova fase. Aliás, com mais facilidade que os próprios pais, que também estão cheios de incertezas e procuram o professor com várias questões, dúvidas e cobranças no início do ano. Por isso é tão importante que nós, coordenadores, tenhamos um plano para fazer com que as famílias façam essa transição com mais tranquilidade.
Vamos a algumas ações importantes para esse período:
1) Realizar uma reunião com os pais para explicar a eles os mesmos itens que foram expostos aos pequenos;
2) Pedir ao professor que se apresente e exponha seu modo de trabalho;
3) Fazer um “tour” nos novos espaços que as crianças frequentarão durante o ano, ressaltando de que maneiras esses locais serão utilizados para proporcionar a aprendizagem;
4) Esclarecer aos pais que não exigiremos absurdos dos alunos e sempre respeitaremos seu tempo e o fato de ainda serem crianças;
5) Pedir aos próprios pais que não imponham uma cobrança exagerada para que as crianças se adaptem rápido, pois isso será feito progressivamente;
6) Apresentar a grade de horários, evidenciando o que será mantidos, como período de merenda, recreio e brincadeiras;
7) Organizar um documento com as principais informações das regras e combinados realizados, orientando o papel do adulto no acompanhamento do desenvolvimento da criança;
8) Deixar o espaço aberto para os pais, considerando que, quando houver qualquer dúvida ou inquietação, eles podem procurar a coordenação ou o professor.
Acredito que, com essas atitudes, é possível tranquilizar as famílias, que também participarão do processo de fazer com que as crianças não se sintam pressionadas nesse momento de transição.
E vocês coordenadores, como lidam com os pais ou responsáveis nesse período? Compartilhem suas experiências conosco nos comentários do post.
Abraços e até a próxima quinta,
Eduarda
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