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Mariane Koslinski fala sobre evasão escolar

POR:
GESTÃO ESCOLAR

Uma das análises feitas pela pesquisadora do Ippur, Mariane Koslinski, ao concluir a pesquisa sobre as oportunidades educacionais nas regiões metropolitanas brasileiras, foi de que a escola, de maneira geral, desestimula as crianças a continuar a frequentá-la, um dos fatores de evasão.

Por que a escola perdeu o valor para os alunos?
Em primeiro lugar, pais e alunos precisam acreditar que o sucesso na vida futura depende da escola, que, por sua vez, deve ser capaz de oferecer oportunidades iguais para as crianças. Dessa forma, a progressão no sistema escolar seria um caminho para ter uma profissão de maior status e, consequentemente, melhores condições sociais. Porém, se um aluno percebe que dentro da própria escola não consegue ter chances iguais a de seus colegas de aprender, deixa de acreditar na ascensão social via escolarização. Ele constrói esse conceito por meio da sua própria experiência escolar, reforçado pelo fato de que a oferta de boas chances quase nunca são observadas na escola pública.

Isso tem a ver com a localização da escola?
A organização sócio-territorial da cidade é relevante porque a criança é educada na família, na escola e no bairro. Se ela se acostumar a ver pessoas sem escolarização "se dando bem na vida", terá apenas esse modelo. Já em áreas mais heterogêneas, é possível que o jovem tenha contato com gente que teve acesso à escola e ascendeu socialmente.

Como reverter essa descrença em relação ao ensino?
As próximas gerações terão pais escolarizados. Acho que o segredo está na valorização do papel do educador, na melhoria das condições de trabalho e na possibilidade de ter uma carreira que permita que ele atue em uma única escola.