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Para tratar dos problemas da escola, um bom diagnóstico é tudo

Do mesmo jeito que médicos precisam fazer um diagnóstico certo e preciso da saúde para indicar tratamentos adequados, professores e gestores devem ter um bom diagnóstico para guiar suas ações

POR:
Marlucia Brandão
Crédito: GettyImages

Quando um problema surge no nosso físico ou emocional, procuramos de imediato um profissional da saúde capaz de resolvê-lo. E, para recebermos o tratamento e a medicação necessária, o médico precisa fazer um diagnóstico certo e preciso. Caso contrário, o problema pode ser agravar. Perderemos tempo, dinheiro, a confiança no profissional e procuraremos outro especialista para nos ajudar com o problema. Assim também acontece em outras áreas da vida e não é diferente na Educação, lá no chão da sala de aula.

LEIA MAIS O que saber antes de fazer o diagnóstico inicial das turmas

O professor tem que diagnosticar 20, 30 ou mais alunos, para que o processo aprendizagem seja garantido durante ao longo de cada bimestre ou trimestre. Estamos encerrando, em toda a Rede Municipal de Marataízes (ES), o período diagnóstico.  Esse período tem que despertar em cada professor e em toda a escola um olhar novo sobre cada turma e cada aluno. Esse diagnóstico realizado de forma conjunta e responsável será crucial para que sejam traçados os próximos passos dentro do processo ensino aprendizagem. É ele que dará o norte de muitas outras ações, desde a construção do projeto político-pedagógico (PPP) de forma coerente e coletiva a um plano de ação coerente, objetivo e funcional.

Lembro-me de uma época – que acredito que, em pleno século XXI, não aconteça mais – em que o professor queria saber quem foi o colega de trabalho do ano anterior, para pode transferir a culpa de uma possível falha na aprendizagem do aluno. Essa época era cruel e injusta para com muitos. Temos que entender que a partir do momento que assumimos uma sala de aula, aqueles alunos nos pertencem e não é utilizando o processo de transferência de culpas, que resolveremos os problemas detectados. Mas, sim, colocando a mão na massa, pedindo ajuda e traçando planos de aula coerentes e respeitosos com a capacidade e habilidade de cada turma e aluno.

Se o professor do 3º ano, nesse primeiro mês de aula, for capaz de detectar que em sua sala de aula há alunos em três níveis diferentes de aprendizagem, ele poderá, em conjunto com a equipe pedagógica de sua escola, elaborar estratégias de ensino que possam ajudar a não deixar ninguém para trás, trabalhando as habilidades certas.

O mesmo pode ser feito em cada série/ano. A partir daí, toda a escola deverá, munida de um diagnóstico certo, estudar estratégias e caminhos adequados que favoreçam a aprendizagem individual e coletiva, respeitando os limites e as necessidades de cada turma e aluno.

Quando estamos diante de um problema de saúde, acreditamos que é através de um diagnóstico certo que receberemos o tratamento adequado, que difere de pessoa para pessoa. Os bons médicos, para entenderem melhor cada paciente, procuram saber do histórico familiar, pessoal e profissional para que, somados aos sintomas, possam prescrever a medicação certa, capaz de aliviar e curar a dor.

Na Educação, não podemos agir diferente. Precisamos desse olhar humanizado para com cada aluno, temos que conhecê-lo. Considerando a etapa de aprendizagem em que se encontra, entendendo o aluno como ser completo, que carrega consigo sua história, sua vivência e seus saberes, seremos capazes de organizar um plano de ação eficaz.

Volto ao início deste texto, para reafirmar que diagnosticar no processo escolar é tudo! E que a escola tem que mobilizar toda a sua equipe para fazê-lo, para que nenhuma ponta solta prejudique ao desenrolar de outras ações. Afirmo ainda, que a escola que não se atentar para a realização de um diagnóstico sério, acabará se perdendo ao longo do caminho.

E assim como não ficamos doente apenas uma vez na vida, temos que entender que sempre que uma situação difícil ou contraverso surgir na sala de aula, um novo diagnóstico deverá acontece.

Um forte abraço e que tenhamos um ano escolar de sucesso,

Marlucia

Marlucia Brandão é diretora da EMEIEF Boa Vista do Sul, em Marataízes-ES, desde 2016, e professora de Língua Portuguesa, com especialização em Linguística Aplicada ao Português, Psicopedagogia Institucional e Ciências da Educação. Deu aulas em todas as etapas, da alfabetização à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Também foi Secretária de Educação de Marataízes entre 2011 e 2012.

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