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5 dicas para ajudar os professores a aproveitar melhor o HTPC

O coordenador pedagógico não deve ser o protagonista durante a formação continuada, mas tem um papel importante na orientação dos professores.

POR:
Paula Salas
Crédito: Getty Images

Hora-atividade, horário de trabalho pedagógico coletivo (HTPC), aula de trabalho pedagógico coletivo (ATPC) ou coordenação pedagógica – como é chamado na rede do Distrito Federal. São diversos os nomes, mas dizem respeito ao período de um terço da jornada remunerada do professor que deve ser destinado a atividades pedagógicas fora da sala de aula. É o momento da formação continuada e de planejamento, mas como tirar o máximo desses momentos?

Para começar, um bom planejamento pode ajudar a tornar esse momento mais produtivo. E trocar experiências e evidências ajuda professores a compartilhar suas práticas, o que é especialmente proveitoso para educadores em início de carreira. É uma forma de entender como um profissional mais experiente lidou com determinadas questões – criando um fluxo de conhecimento com o qual a escola só tem a ganhar. "Compartilhar é criar uma comunidade de aprendizagem dentro da escola", explica Cláudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da Fundação Getulio Vargas (FGV). 

Na palestra promovida pelo grupo Cátedra de Educação Básica do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, Avaliação e Planejamento: Boas práticas para o uso da hora/atividade na autoformação, Cláudia destacou, entre as referências do uso da hora-atividade, o Distrito Federal. Entre os diferenciais da rede, professores que cumprem 40 horas semanais precisam dedicar 37% de sua jornada à formação continuada, o que representa um tempo maior do que aquele indicado pela lei. O segredo não está no tempo estendido, mas no trabalho da gestão. “Nem todas as escolas conseguem aproveitar bem, mas o que a gente observa é que quem está bem são escolas em que a gestão entendeu a proposta desse momento e sabe propor. Se não assume a tarefa, tudo fica solto”, relata André Lúcio Bento, subsecretário de formação continuada dos profissionais da Educação do Distrito Federal.

Então, não significa aumentar o número de coisas que ficam sob responsabilidade do professor ou escolher o que ele faz, mas ajudá-lo a otimizar os horários extraclasse. Confira 5 dicas para que o coordenador pedagógico apoie o professor na formação continuada:

Incentive a cultura de colaboração
O coordenador não deveria ocupar a posição de um grande mestre, mas compartilhar a responsabilidade da formação. Nilson José Machado, coordenador da Cátedra de Educação Básica, defende que a formação deve ser permanente e em diversos espaços. Sendo um dos principais o contato com outros professores. “A coordenação tem mais experiência, mas qualquer um pode ajudar. A formação do professor precisa ser partilhada entre os professores. É uma co-responsabilidade”, explica.

Cabe à equipe gestora criar um clima que incentive todos a trabalhar juntos sem medo de expor suas práticas. “O gestor deve ser um bom ouvinte e recomendar o acesso aos colegas que tiveram problemas semelhantes, assim ele começa a criar essa cultura”, explica Claudia. Outra estratégia é manter reuniões frequentes e com uma pauta bem definida de trabalho conjunto, que seja um momento no qual os professores dividam suas ansiedades e juntos pensem em soluções possíveis. Durantes esses encontros, se um professor fica responsável por conduzir a reunião pedagógica, durante a preparação, ele precisa se atentar a detalhes e aprofundar o assim, o que o ajuda a refletir e melhorar sua prática.

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Tenha um plano de coordenação
Calma, não é mais uma burocracia para preencher ou um documento para criar, mas é importante ter uma agenda definida de formação. É necessário ter intencionalidade. Não quer dizer que cabe apenas ao coordenador formular esse plano, é preciso colaboração de toda a equipe. “Se o plano for feito apenas pela gestão, perde a legitimidade, porque os problemas precisam ser resolvidos pelo coletivo. Então, se todo o grupo participa, eles se sentem responsáveis por fazer o plano funcionar”, explica o subsecretário.  

Mesmo que seja um projeto conjunto, cabe ao coordenador, além de liderar,  pensar em estratégias para cumprir aquele plano, buscar especialistas que poderiam ir na escola conversar com os professores, selecionar temas de formação e propor uma divisão de tarefas. “É possível que alguns professores liderem ações específicas por terem certas habilidades”, conta André Bento.

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Encontre a demandas formativas no dia a dia da sala de aula
Estar mais presente em sala de aula deve ser uma das dicas mais constantes para a equipe gestora, mas para a coordenação pedagógica é essencial. Acompanhar o planejamento e a sala de aula permite que ele faça um levantamento das necessidades de formação e de boas práticas que podem ser compartilhadas. “Quando consegue fazer essa observação, o coordenador pode sentar com o professor e fazer um momento de feedback. Apontar o que ele viu de positivo e fazer questionamentos para que o professor repense sua prática”, afirma Adriana Rieger, coordenadora de Projetos da Elos Educacional.

Não deixe de lado as evidências
Para entender no que precisa apostar na formação continuada, é interessante que o coordenador também faça uma avaliação do processo de aprendizagem na sua escola e, com base nos dados, chegue em estratégias para ajudar o professor a melhorar os resultados. Também cabe ao gestor passar essa cultura para o seu professor, para que ele, por conta própria, também consiga fazer esse movimento de análise. 

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Apoie a autoformação de seus professores
Como o próprio nome indica, é o momento de estudo individual. Ainda que a maior parte do trabalho seja do professor, o coordenador pode ajudar. A gestão pode auxiliar o docente a traçar a trilha de formação que quer percorrer na sua formação. “O professor vai ter que ir atrás, mas o coordenador pode ser um mentor e o ajudar a entender suas potencialidades e aspectos que ele precisa melhorar”, explica Adriana. Ela também ressalta que é importante que o professor entenda a autoformação como um investimento para se tornar um profissional cada vez melhor. “Se o gestor acredita no crescimento dos seus professores e aposta neles, terá mais sucesso ”, afirma Claudia Costin.

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