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7 habilidades essenciais para ser um bom formador de professores

A formação continuada dos docentes é uma das principais atribuições do coordenador pedagógico na escola

POR:
Giovanna Diniz
Crédito: Getty Images

O coordenador pedagógico nem sempre foi encarregado de formar professores. No entanto, formá-los de acordo com o projeto pedagógico da escola hoje consiste em uma das principais tarefas deste profissional. Seu trabalho é primordial na construção e implementação do projeto pedagógico da escola, na solução de conflitos e na mediação entre professores, alunos e pais.

O papel de formador é favorecido pela experiência e proximidade do coordenador com a sala de aula. Sempre em contato com os professores, a rotina da sala de aula e as avaliações dos alunos, ele pode contribuir para o aprimoramento da prática docente, sugerindo intervenções didáticas, materiais de referência e mudanças de prática que sejam aplicáveis ao contexto da escola em que trabalha.

O desafio do profissional é adequar-se às funções de coordenador, já que não há programas específicos que habilitem a prática. O que é exigido em concursos, geralmente, é que o candidato à vaga tenha exercido alguns anos no magistrado e que tenha cursado Pedagogia. No entanto, muitos professores saem das salas de aula para atuarem como coordenadores pedagógicos sem clareza de seu papel no cotidiano da escola e também o que é esperado deles para orientar a formação continuada de docentes. Abaixo, listamos sete competências que este profissional precisa ter para contribuir efetivamente na sua função de formador:

  1. Capacidade de Liderança

O coordenador atua como articulador do projeto pedagógico da escola, por isso coordena outros professores e os instruiu em prática na sala de aula. Além disso, ele é responsável por elaborar planos de formação, organizar reuniões de equipe, elaborar pautas e relatórios sobre a aprendizagem dos alunos. O coordenador ocupa uma posição que demanda organização e capacidade de gerir um grupo de modo a não só obter bons resultados, mas também de garantir a participação de todos nas reuniões e no planejamento. O líder também deve cativar os professores para que se engajem nas atividades da escola e, na hora do atendimento individual ou feedback de observação de sala de aula, reflitam sobre as sugestões de mudanças e outras observações feitas pelo coordenador. Segundo Ana Cristina Gazotto, coordenadora pedagógica e formadora da Secretaria Municipal de Educação de Mogi Mirim (SP), alguns professores levam tempo para aceitar a presença dos coordenadores e os métodos por eles utilizados, por isso ter paciência e dar tempo a equipe também mostra boa capacidade de liderança.  "Quando comecei a trabalhar como coordenadora encontrava resistência dos professores para participar mais ativamente na sala de aula ou pedir permissão para filmar as aulas e usar como exemplo nas reuniões", relata Ana Cristina. 

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  1. Diálogo ativo com professores

Outra habilidade que o coordenador pedagógico deve desenvolver é estar sempre em contato com os professores e comunidade, de modo a garantir que todos estejam sendo ouvidos no processo. Não basta apenas fazer sugestões e intervir no cotidiano da sala de aula ou buscar cursos e palestras formativas desconectadas da realidade da escola ou de cada disciplina e professor. Este também deve ter autonomia para refletir sobre o processo de aprendizado dos alunos e levar outras sugestões que possam contribuir para o trabalho de toda equipe. Para Marli Eliza de André, professora do Programa de Estudos Pós-graduados em Educação-Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), o coordenador deve trabalhar lado a lado com o professor numa reflexão conjunta. “A nova concepção de formação considera o professor como protagonista e parceiro do processo formativo. Para isso, o coordenador deve utilizar estratégias formativas que mobilizem o professor para se implicar na ação formativa, tornando-se co-responsável pelo planejamento e desenvolvimento da formação”.

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  1. Conhecimento da prática em sala de aula

Uma das exigências do cargo é também ter tido ao menos três anos de experiência como professor, pois ele deve conhecer a rotina de aprendizado e dinâmica da aula. O coordenador deve ter presença constante nas salas de aula para poder observar e auxiliar os professores, acompanhando a interação do professor com os alunos e o modo como o conteúdo é ensinado. Para Ana Cristina, o coordenador “não pode tirar o pé da sala de aula” e deve priorizar a observação da prática do que acontece com o conhecimento teórico que possui. E não apenas na sala de aula. Como observa Ewerton Menezes, coordenador da CIEJA Clóvis Caitano Miquelazzo, “o coordenador pedagógico precisa circular pela escola, precisa observar como o projeto da escola está se desenvolvendo. Para isso, precisa ouvir professores, alunos, funcionários e, a partir dessas observações, pensar em intervenções necessárias ao bom andamento do projeto”. A observação também busca verificar se os planos de trabalho de cada professor estão sendo seguidos, sendo possível identificar lacunas ou sugestões para aprimoramento da equipe docente, segundo Ewerton.

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  1. Continuar atualizado

O trabalho na coordenação também envolve estar sempre atualizado, pois o processo de formação dos professores deve ser realizado de forma contínua. “É preciso estar sempre sintonizado com os debates referentes à área da Educação, uma vez que ele exerce um papel de multiplicador junto à sua equipe docente”, diz Ewerton. É o caso, por exemplo, da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – um novo documento que chega à escola e traz mudanças diretas no trabalho do professor em sala. Cabe aos gestores aproximarem os docentes destas discussões. Além disso, quando o coordenador pedagógico está atualizado, ele também motiva os professores a buscarem sempre novas formas de aprimorar suas aulas e trocar conhecimento entre si. Desta forma, ele identifica se é possível aplicar novos projetos e teorias na escola em que trabalha. No papel de multiplicador, o coordenador está diariamente ensinando, orientando os professores e estabelecendo constante diálogo com eles.

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  1. Estruturar um bom feedback com a equipe

Para poder formar bons professores, o coordenador deve fazer avaliações constantes das didáticas de sala de aula, da aprendizagem, envolvimento e performance dos alunos. As descobertas desse processo podem trazer exemplos que se transforma em orientações para ajudar para toda a equipe. Por isso, é importante garantir um feedback com os professores. Este é um momento não apenas para apontar erros, mas para construir em conjunto caminhos para melhorar o ensino e aprendizagem. Saber fazer um bom feedback envolve também saber dialogar com os professores, de modo que as sugestões possam ser compreendidas. “O feedback não tem por finalidade ‘julgar o professor’, mas se trata de um processo de constante avaliação e aprimoramento necessário a todos”, diz Ewerton Menezes. O feedback pode ser aplicado tanto individualmente com cada professor, como também em grupo, nas reuniões escolares.

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  1. Planejar bem

Não basta apenas fazer relatórios e apontamentos sobre as aulas dos professores, o coordenador deve saber também como comunicar com qualidade e a frequência com que deve fazê-lo. Por isso, planejar reuniões semanalmente garante o acompanhamento constante do projeto pedagógico e formação dos professores, abrindo espaço para a escuta destes e suas próprias reflexões. As reuniões também permitem o aprendizado coletivo, ao se discutir e compartilhar o que acontece na escola e nas disciplinas com toda a equipe docente. Caso costume trabalhar com planejamento mensal ou bimestral de formações, é sempre importante revisá-lo e adaptá-lo de acordo com o que é observado semanalmente. Vale checar se algum ponto, por exemplo, precisa de maior tempo para ser aprofundado ou se os professores já mostraram dominar determinado tópico nas formações anteriores.

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  1. Dialogar também com a comunidade escolar

Para poder formar bem os professores, o coordenador deve dialogar igualmente com funcionários de apoio, alunos, pais e responsáveis. O respeito pela diversidade e boa comunicação possibilita criar um ambiente harmonioso para todos. Com a experiência adquirida ao trabalhar com cada faixa etária e classes diferentes, o coordenador prioriza as diferenças de aprendizado de cada aluno e pode desenvolver com o professor novas estratégias educativas que respeitem essas diferenças. Assim, o coordenador pedagógico deve fazer cumprir o papel social da escola. “Desenvolver uma prática pedagógica que resulte na aprendizagem significativa das crianças e jovens requer o envolvimento de toda a equipe escolar nesses processos, de modo a constituir comunidades de aprendizagem”, afirma a professora Marli Eliza.

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