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Como aproveitar as férias para aprender coisas novas

Educadores compartilham dicas de como as férias podem ser utilizadas para beneficiar a formação cultural e profissional

POR:
Giovanna Diniz
Obra Spider, de Louise Bourgeois, no Inhotim   Crédito: Daniela Paoliello/Divulgação

Descansar durante as férias é importante para ajudar a mente e o organismo a se reestabelecer e voltar ao trabalho com as energias renovadas. O período também é o momento em que os gestores podem estar com a família, se afastar da rotina e tirar um tempo para se reavaliar e investir em seu próprio bem-estar e sua formação sociocultural e profissional. É por isso que as férias, além de servirem para o descanso, ainda podem ser aproveitadas para enriquecer o repertório cultural ou para formações autônomas. Veja algumas possibilidades de usar esse tempo para aprender e se aperfeiçoar:

Busque eventos culturais e de formação
Congressos de Educação e palestras em outras cidades ou estados, por exemplo, podem combinar viagens com a formação dos gestores, além de estimular o contato com outros educadores e outras culturas. Ao escolher os eventos científicos, Adriane Gallo, diretora da EMEIF Profª Angélica Amorim Pereira, em Assis (SP) recomenda ser criterioso na escolha. É necessário considerar aqueles que possuam conteúdos que contribuam no dia a dia do profissional – não servindo apenas como um certificado a mais. “É preciso se permitir a aprender coisas novas para seu aperfeiçoamento constante, pois todos os dias temos algo a aprender com todas as pessoas em todos os lugares”, diz Adriane.

Outra forma de combinar descanso com formação cultural é visitar museus e centros culturais – mesmo que sejam da própria cidade em que mora. Assim, é também possível pensar na formação dos alunos, ideias de atividades extracurriculares que possam ser realizadas na escola ou até mesmo assuntos que possam ser incluídos no planejamento. Para Carolina Vicaro, coordenadora pedagógica da E.P.G. João Balbino Filho, em Guarulhos (SP), esse momento pode ser aproveitado por alguma necessidade observada pelo educador, planejando visitas formativas e culturais com o seu grupo de trabalho. “O ano no qual propus a visita ao Museu Afro Brasil, senti que precisávamos ampliar nosso olhar sobre as questões raciais”, conta Carolina. “Este ano, senti que precisámos sensibilizarmo-nos para a questão da estética, do belo. Por isso, propus uma visita ao Museu de Arte de São Paulo (MASP)”. Alguns sites, como o Google Arts & Culture, permitem até mesmo explorar acervos e ter contato com diferentes culturas, obras de arte e históricos de descobertas científicas, como a chegada do homem à lua (veja mais aqui).

Aproveite para tirar o atraso das leituras
O processo de formação continuada dos professores e gestores não precisa necessariamente envolver viagens ou formações presenciais. O recesso também pode ser aproveitado para a leitura – vale tanto investir naqueles títulos relacionados ao cotidiano da profissão, quanto os que ampliam o repertório cultural. Além dos livros, vale pesquisar materiais que possam inteirá-lo de discussões educacionais, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ou ainda pesquisar sobre temas de interesse na área. A coordenadora Michelle Tambroni, por exemplo, recomenda a leitura de materiais relacionados a comunicação não-violenta e a atualidade da Educação. “Nessas férias vou ler livro “No drama discipline”, de Daniel J. Siegel e Tina Payne Bryson, sobre a disciplina positiva e como trabalhar a questão do desenvolvimento da criança”, diz. Seu objetivo com a leitura é entender melhor como é o processo e reação das crianças diante de diferentes situações e como apoiá-las para que construam um aparato emocional de resolução de conflitos. Outro livro que Michelle recomenda é o “101 dias com ações sustentáveis para mudar o mundo”, de Marcus Nakagawa. O material pode, posteriormente, ser abordado com professores para aplicar no desenvolvimento de ações com os próprios alunos.

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Invista em saber mais sobre seus temas de interesse
Com a rotina escolar, pode ser difícil encontrar tempo para se dedicar aos estudos. Por isso, as férias podem ser uma boa oportunidade para iniciar um curso de curta duração ou mesmo pesquisar e se informar sobre aquela formação que você sempre quis começar, mas não teve tempo de correr atrás. Para quem tem a agenda apertada ou não possui acesso fácil a um curso presencial de seu interesse, o formato Educação a distância (EaD) pode ser uma boa saída. Vale tanto investir em uma formação mais longa, quanto em cursos mais curtos – dependendo do seu interesse, disponibilidade e propósito com a formação.

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Para quem não quer fazer um grande investimento financeiro, há oportunidade de aprender mais sobre um tema de interesse em sites como YouTube ou plataformas com cursos gratuitos ou preços acessíveis. Segundo Adriane Gallo, aprender coisas novas e buscar outras fontes de aprendizado é importante, mas deve-se atentar à qualidade do conteúdo. “Os materiais [autorais de outros professores] podem contribuir muito, uma vez que se trata de uma fala de professor para professor. No entanto, é importante selecionar as práticas”, comenta a diretora.

Aprender não envolve apenas participar de algum curso formal, mas tudo aquilo que agrega conhecimento para a atuação profissional e contribui para o crescimento individual e o equilíbrio emocional de cada um. Para Michelle Tambroni, da EPG José Jorge Pereira, em Guarulhos, o ato de aprender coisas novas auxilia na memória e impulsiona o desenvolvimento cognitivo. “Aprender coisas novas deveria ser uma prática de todo ser humano, pois experimentando o mundo que nós nos fazemos, que podemos questionar e refletir sobre outras realidades”, diz a coordenadora. Dessa forma, o gestor também pode aproveitar as férias como um momento de formação não apenas de atuação profissional, mas também que estejam relacionados com outros interesses, pois atividades como leitura, ampliação do repertório cultural com visitas e passeios também ajudam na formação como ser humano e na saúde mental e física para começar o novo semestre com disposição.

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