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Reuniões e revisão: veja exemplos para se preparar para o Saeb

Coordenadores pedagógicos contam como se preparam para avaliação que deve incluir a BNCC pela primeira vez em 2019

POR:
Naiara Albuquerque
Coordenadores pedagógicos contam como se preparam para avaliação que deve incluir a BNCC pela primeira vez em 2019
Foto: Getty Images

As provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2019 vão ocorrer entre os dias 21 de outubro e 1º de novembro e muitas escolas já estão se preparando há tempos para a avaliação.

Uma delas é a Escola Estadual Dona Cyrene de Oliveira Laet, na zona norte de São Paulo, em que o coordenador pedagógico Wilson Gomes trabalha. Na instituição de ensino, o 9º ano do Ensino Fundamental e o 3º ano do Médio vão participar do Saeb (chamado até 2018 de Prova Brasil). Para estas salas, o coordenador pedagógico explica que a preparação começa meses antes, em conversas com professores e alunos. "Temos uma conversa prévia com professores e coordenadores e, depois, explicamos a importância da prova para os alunos", explica.

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O Saeb é realizado periodicamente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) desde os anos 1990. E, neste ano, ele contará, pela primeira vez, com algumas das provas já alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na edição de 2019, as provas de Língua Portuguesa e Matemática para o 2º ano e as de Ciências da Natureza e Ciências Humanas para o 9º ano deverão considerar a matriz da BNCC. Outra novidade é que o Saeb aplicará questionários para a Educação Infantil, em algumas turmas de creche e pré-escola. Para o 2º ano e 9º ano do Fundamental, haverá provas nas áreas de Ciências da Natureza e Humanas, que serão aplicadas em caráter amostral. Além dessas turmas, o Saeb é aplicado para os 5º anos do Fundamental e 3º anos do Médio nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.

Professores e coordenação pedagógica

Além das reuniões, a escola pode se preparar fazendo a análise dos resultados da escola em provas realizadas nos anos anteriores e conversas para esclarecer a importância da avaliação para os alunos. Também não podem faltar as revisões com os estudantes que vão participar da avaliação.

Vera Lúcia da Costa, supervisora pedagógica do 9º ano da Escola Estadual Professor Antônio Marques, localizada em Araguari (MG) conta que a preparação para o Saeb com os professores acontece em uma reunião feita em conjunto com a coordenação pedagógica. "Nós nos preparamos com uma análise dos resultados anteriores do Saeb", explica. Como a prova contará pela primeira vez com a BNCC, Vera afirma que é necessário incluir o tema na pauta.

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De acordo com a supervisora pedagógica, a principal reclamação dos alunos é a falta de tempo para resolver e passar as respostas para o gabarito. Para preparar os estudantes, a partir do 6º ano todos os realizam um simulado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para testar os conhecimentos e que ajuda os alunos a se acostumarem com o formato do Saeb. Para isso, a supervisora pedagógica explica que os alunos passam por um processo semelhante ao dos professores, com um intensivo de revisão com provas e questões de provas anteriores.

Para o Saeb deste ano, as questões estão divididas da seguinte forma:

  • 2º ano: Língua Portuguesa (19 itens, sendo três de resposta construída), Matemática (20 itens, sendo dois de resposta construída).
  • 5º ano: (22 itens de Matemática; 22 itens de Língua Portuguesa);
  • 9º ano: (26 itens de Matemática; 26 itens de Língua Portuguesa, 32 itens de Ciências Humanas, sendo dois de resposta construída, 29 itens de Ciências da Natureza, sendo dois de resposta construída); e
  • 3º série do Ensino Médio: (26 itens de Matemática; 26 itens de Língua Portuguesa).
  • Os alunos do 2º ano têm 1h20 para responder as questões de Língua Portuguesa e 1h15 para Matemática. Enquanto os alunos do 5º ano (Língua Portuguesa e Matemática), 9º ano (Língua Portuguesa e Matemática) e 3ª série do Ensino Médio (Língua Portuguesa e Matemática) tem 2h30 para completar a prova. Já os alunos do 9º ano terão 1h10 min para a prova de Ciências Humanas e Ciências da Natureza

O caso de Sobral

O município de Sobral, a 240 quilômetros da capital do Ceará, lidera os rankings do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Como o índice é composto por dados de fluxo da escola combinados com os resultados do Saeb, o município se tornou referência na avaliação. O secretário de Educação de Sobral, Herbert Lima, explica que o sucesso em provas tem base na política pública educacional de Sobral, que completa 23 anos, e na formação continuada de professores.

"Houve um fortalecimento da gestão escolar, com diretores e coordenadores acompanhando de fato o dia a dia dos professores", afirma. Entre os projetos implantados no município, o secretário destaca o programa de monitoramento de aprendizagem nos municípios, feito de seis em seis meses para monitorar as escolas e o desempenho dos alunos.

Os desafios para melhorar os índices e níveis de Educação no Brasil continuam. Na então Prova Brasil 2017, 8 de cada 10 alunos que estavam concluindo o Ensino Fundamental não apresentaram aprendizado adequado em Matemática. Segundo Herbert, para conseguir mudar este quadro, é preciso que cada município mantenha ações e se prepare todos os anos.

"Um município que planeja aumentar seu Ideb não deve planejar ações apenas para o ano da avaliação, isso tem que ser feito ano a ano. Sobral investiu em materiais didáticos extras nas escolas, para desenvolver atividades previstas que estão entre as exigências dos descritores", analisa Herbert.

Os descritores que Herbert citou são as especificações que cada habilidade implica para que o professor leve em consideração quais os conteúdos associados a competências e habilidades desejáveis para cada turma e série. Esses detalhes estão no site do Inep.

Para Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas, é de extrema importância que os professores entendam os descritores para conseguir preparar o conteúdo que será repassado aos alunos. "O professor precisa entender o descritor e saber formular perguntas com base naquele descritor. De certa maneira todo o processo de ensino tem que estimular o surgimento dessas perguntas", pontua.

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