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Assim não dá! Excluir os alunos dos passeios

Não adianta alegar falta de transporte ou pouca verba para as despesas. Todos têm de participar das propostas pedagógicas extraclasse

POR:
Karina Padial
Assim não dá: excluir alunos dos passeios. Ilustração: Thiago Cruz

Dia de atividade fora da escola - seja ela pedagógica ou apenas um passeio - é sinônimo de muita expectativa por parte dos alunos. Eles planejam brincadeiras, escolhem com quem sentarão no ônibus e não param de falar no assunto até chegar a tão esperada hora. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), as saídas de estudo favorecem a interpretação da realidade por meio da imersão em novos ambientes, possibilitando relacionar os conteúdos estudados em sala a situações reais, além de oferecer novos contextos para a turma interagir e se relacionar.

Apesar disso, muitas escolas costumam deixar alguns estudantes de fora ao não conseguir transporte para todos ou recursos para cobrir outras despesas. O pior é que usam como critério de seleção o fator nota ou disciplina - ou seja, excluem os que têm baixo desempenho ou dificuldade de comportamento. Outra prática comum - embora proibida por diversas redes - é pedir ajuda de custo às famílias e privar da atividade os filhos daqueles que não contribuíram.

"Nenhum aluno pode ser impedido de participar de trabalhos extraclasse", afirma Neide Noffs, diretora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "As saídas são oportunidades de o jovem mostrar outro posicionamento frente ao grupo e a novas situações - sempre diferentes das vividas no cotidiano escolar. Além do mais, ao ser preterido, há a chance de o estudante alimentar uma mágoa que pode prejudicar o desempenho dele."

Para evitar qualquer tipo de discriminação, a equipe gestora pode articular parcerias com espaços culturais, parques e indústrias para cobrir os custos do transporte ou do ingresso. Vale também verificar a disponibilidade de lugares próximos à instituição para que o percurso seja feito a pé. Outras opções são pedir uma colaboração à Associação de Pais e Mestres (APM) ou organizar eventos que gerem uma renda destinada a esse fim.

Programar a atividade com antecedência dá tempo de a equipe gestora criar um fundo de caixa ou de negociar apoio da Secretaria de Educação à qual pertence. Na ETI de Ipeúna, a 200 quilômetros de São Paulo, as saídas são planejadas na semana pedagógica, no início do ano, e apresentadas aos supervisores. "Em 2012, conseguimos verba oficial para o transporte e o lanche nos vários passeios que fizemos, entre os quais uma visita ao parque ecológico e a uma fazenda próxima à cidade", conta a coordenadora pedagógica, Rosângela Leite Penteado.

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