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Projeto Institucional: orientação sexual

POR:
GESTÃO ESCOLAR

Objetivo geral 
Contribuir para o desenvolvimento pessoal e a responsabilidade sexual dos alunos. 
 
Objetivos específicos 
- Para gestores Formar professores e funcionários e criar uma cultura escolar de atenção a temas de saúde e responsabilidade sexual. 
- Para os professores Articular os temas de sexualidade com os conteúdos das disciplinas.
- Para os funcionários Compreender a política de orientação sexual da escola, atuando perante os alunos de forma coerente com a proposta.
- Para os alunos Desenvolver atitudes assertivas em relação ao conhecimento do próprio corpo e ao comportamento sexual.

Tempo estimado
De seis meses a um ano.

Desenvolvimento
1ª etapa Diagnóstico
Organize reuniões com as várias equipes de profissionais da escola - gestores, professores e funcionários. Forme subgrupos de acordo com afinidades profissionais e peça que eles falem sobre como os alunos se referem à sexualidade e elenquem comportamentos preocupantes que possam exigir intervenção. É nesse momento que se constata, por exemplo, que uma turma está desinformada em relação às transformações corporais pelas quais meninos e meninas estão passando ou que existem casos de desrespeito ao gênero e à diversidade sexual. Sistematize esses dados ao fim da reunião, pois eles serão úteis na avaliação do projeto.

2ª etapa Definição de foco
Com base no diagnóstico, estabeleça as prioridades. Como a Orientação Sexual é uma área ampla, defina um tema para desenvolver e assim não correr o risco de falar de muitos assuntos, porém com superficialidade. Defina os objetivos das ações para cada série e as temáticas a ser trabalhadas. Não se esqueça de identificar os profissionais que ficarão responsáveis pelas atividades, o tempo de duração, onde e como elas serão realizadas e os materiais. Veja o exemplo:

6º ano
Objetivo Conhecer as mudanças da puberdade e aprender a lidar com elas, sensibilizando para o cuidado com o corpo.
Conteúdo Higiene, mudanças físicas na puberdade e expectativas pessoais e sociais.
Responsável Professor de Ciências.
Quando Durante o seu período de aula.
Material Jogos sobre o corpo humano.


3ª etapa Divulgação
Realize um encontro com a comunidade escolar interna para deixar claros os objetivos sistematizados na fase anterior. Em seguida, o mesmo deverá ser feito com as famílias dos estudantes. Não é necessário um evento exclusivo para isso. O projeto pode ser apresentado durante uma reunião de pais, mas é importante a participação da direção e dos docentes envolvidos. Faça uma apresentação com dados e índices que justifiquem a importância do projeto. Se algum pai se mostrar contrário, chame-o para uma conversa em particular e coloque-se à disposição para tirar dúvidas. Vale mostrar os bons resultados alcançados em outras escolas. Para os alunos, as atividades podem ser comunicadas, de acordo com a rotina da escola, durante a aula do professor responsável.

4ª etapa Preparação das equipes
A formação em Orientação Sexual exige conhecimentos sobre o desenvolvimento da sexualidade na infância e na adolescência, prevenção e vulnerabilidade, além do manejo de grupo e a aplicação de metodologia compatível com o que se busca alcançar. Uma opção é chamar consultores ou instituições especializadas. Outra é usar os cursos oferecidos pela rede de ensino. A Secretaria de Saúde pode complementar com conhecimentos específicos - como a prevenção de DST/AIDS - promovendo palestras com profissionais da área. Nos encontros pedagógicos, abra espaço para a conversa sobre sexualidade. Organize encontros com os funcionários, explique os projetos e defina a função de cada um a fim de que os objetivos sejam alcançados. Solicite que eles discutam, façam sugestões e indiquem como vão colaborar. Os monitores e os profissionais da limpeza e da segurança, por exemplo, podem relatar aos gestores se observarem comportamentos que provoquem constrangimento - como carícias em público, atitudes de discriminação sexual - ou se identificarem cenas de invasão de privacidade, como alunos fotografando partes íntimas de colegas sem consentimento.

5ª etapa Implantação do modelo
Antes de expandir o projeto para toda a escola, comece com apenas algumas turmas. Um piloto sempre ajuda a ajustar o programa desejável à realidade da instituição. O ideal é escolher as classes em que os alunos apresentem dúvidas e demonstrem mais abertura em dialogar sobre o assunto. Durante o piloto, a equipe gestora avaliará a adequação do conteúdo proposto para os alunos, o interesse deles, a desenvoltura do professor, a adequação do tempo e espaço para a realização das atividades e o impacto do trabalho. Para tanto, é imprescindível desenvolver instrumentos de acompanhamento do processo.

6ª etapa Monitoramento e avaliação
Para cada resultado que se espera, é importante ter instrumentos capazes de medi-los. Leia o artigo de José Ricardo Aires, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que apresenta critérios para diferentes objetivos. Se o propósito é diminuir o número de gravidez na adolescência, é preciso, no início do projeto, levantar os índices e acompanhar a evolução ao longo do ano. A escola pode também fazer uma parceria com o posto de saúde mais próximo e combinar o envio anual de um relatório sobre o número de alunos que passaram a usufruir dos serviços disponíveis - sinal de que eles estão se preocupando com a saúde. Periodicamente, verifique se professores e funcionários estão envolvidos no processo. Promova encontros regulares com os responsáveis pelas atividades para discutir os avanços e rever os procedimentos planejados e a necessidade de suporte técnico.

Consultoria Maria Helena Vilela, diretora executiva do Instituto Kaplan, em São Paulo