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Estratégias contra a evasão

Professores, familiares e estudantes se mobilizaram para acabar com as faltas numa escola da segunda etapa do ensino fundamental

POR:
Adriana da Costa Pereira Aguiar
 A tática de Adriana envolveu toda a comunidade e trouxe os estudantes de volta à escola. Foto: Tharson Lopes
Um passo de cada vezA tática de Adriana envolveu toda a comunidade e trouxe os estudantes de volta à escola

Quem vê o índice zero de evasão que nossa escola conseguiu em 2009, 2010 e 2011 talvez nem imagine que diminuir as ausências e o consequente alto índice de abandono foi o meu principal desafio quando assumi a direção, em 2004. Atendemos à segunda etapa do Ensino Fundamental e sempre soube que uma ação autoritária afastaria os pré-adolescentes. Elaboramos um projeto com várias fases e a primeira iniciativa foi pensar em parceiros: a família, os professores e os alunos. Uma equipe com coordenador pedagógico e docentes realizou visitas domiciliares para conversar com os pais. Ao mesmo tempo, lançamos a campanha Aluno Solidário, recrutando estudantes dispostos a ajudar colegas que faltavam a recuperar os conteúdos perdidos.

Em três anos, as faltas diminuíram muito, mas era possível melhorar os resultados e, em 2007, inauguramos uma novo estágio do plano, a chamada online. Funciona assim: por meio de um programa de computador, a coordenadora acessa as informações dos diários de classe na primeira aula e, de imediato, telefona aos pais dos faltosos. Não demora e vários adolescentes aparecem para a aula, mesmo atrasados, e não perdem o dia letivo.

A última fase do trabalho começou em 2010. Descobrimos que nossas principais rivais pela atenção da turma eram as lan houses e criamos uma tática: os estudantes recebem uma agenda e os professores utilizam carimbos para documentar quem é assíduo, faz a lição de casa e se comporta bem. Ao fim do bimestre, tudo é computado e se transforma em bônus para o aluno usar o laboratório de informática no contraturno.

Além de resolver o problema das faltas, essa soma de estratégias trouxe benefícios maiores. As famílias tornaram-se nossas parceiras, os professores passaram a compreender melhor a realidade dos adolescentes e muitos alunos descobriram que ajudar os colegas é uma forma de crescimento pessoal. Por fim, os estudantes que cabulavam começaram a gostar da escola, a participar das aulas e a aprender mais. Uma prova disso é o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da instituição: ele saltou de 4,3, em 2007, para 5,7, em 2009.

Devido ao sucesso da iniciativa, a ideia se expandiu: a partir deste ano, as 65 escolas que fazem parte da nossa regional de ensino vão aplicar a mesma estratégia. É a nossa sedução do bem!

Adriana da Costa Pereira Aguiar foi diretora da EE Presidente Costa e Silva, em Gurupi, TO, e assumiu uma das Diretorias Regionais de Ensino do Estado.

Resolveu um problema em sua escola de forma eficiente? Conte para nós.