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Dispensar pais de reuniões

Assim não dá!

POR:
Aurélio Amaral
Assim não dá! Dispensar pais de reuniões. Ilustração: Thiago Cruz

Um estudante disciplinado e que tem boas notas não é motivo de preocupação nem para a família nem para a escola. Portanto, seus pais não precisam ser convocados a participar das reuniões no final de cada período, certo? Errado. Pensar assim significa ter uma concepção equivocada do que devem ser os encontro de pais. Eles são, antes de tudo, uma maneira de envolver a família com o projeto político-pedagógico (PPP) e incentivá-la a acompanhar a aprendizagem dos filhos. São também uma oportunidade para que os professores expliquem as atividades que estão sendo trabalhadas em sala de aula, tirem dúvidas dos pais sobre o ensino e sugiram formas de os pais contribuírem para esse processo em casa.

Já que a reunião não deve ter como objetivo falar de problemas pontuais, todos têm o direito de participar. "Prescindir da presença de alguns é como dizer que a opinião deles não importa. É uma postura autoritária, pois parte do princípio de que os educadores são os únicos responsáveis por tomar as decisões sobre os alunos e que a família só deve entrar em cena quando o filho representar um problema para a escola", diz Madalena Freire, pedagoga e coordenadora do Curso de Formação para Educadores de Educação Infantil do Instituto Superior de Educação Pró-Saber, em São Paulo. A participação dos pais, portanto, é um dos passos para que a gestão da escola seja democrática.

O argumento de que as famílias cujo filho tem bom desempenho não teriam o que discutir nas reuniões também é equivocado. Afinal, elas têm o direito de conhecer as estratégias usadas pelos professores para que o aluno aprenda. Além disso, esses pais, ao compartilhar suas experiências positivas, podem enriquecer a discussão sobre como ajudar os estudantes na lição de casa, por exemplo. "Ao manter contato com os educadores e outros pais, é possível descobrir outros pontos importantes sobre os filhos que mereçam atenção, como eventuais dificuldades de socialização com os colegas", explica Carmen da Silva Galluzzi, psicóloga educacional do Colégio Oemar, em São Paulo, e autora do livro Propostas para Reunião de Pais.

Por isso, é importante que constem do convite os objetivos do encontro. Pedir a confirmação da presença faz com que os responsáveis percebam a necessidade de participar e assumam o compromisso. Afinal, não apenas a equipe gestora mas também os pais devem perceber que esse tipo de reunião é indispensável.