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Reorganização de turnos otimiza o uso das salas de aula

Reunir as turmas de uma série no mesmo período facilitou o planejamento de aulas e avaliações

POR:
GESTÃO ESCOLAR
Almir Bento. Foto: Gustavo Lourenção
Maior interação Gestão do tempo escolar promovida por Almir e equipe favoreceu a arrumação das salas

Gerir o espaço e o tempo em uma escola com 1,8 mil estudantes é desafiador. Até 2006, quando assumi a coordenação pedagógica, os alunos tinham a opção de cursar da 1ª à 8ª série nos períodos matutino, intermediário e vespertino. A justaposição dos turnos impedia que os professores participassem em conjunto da formação continuada. Os horários de trabalho coletivo precisavam ser realizados em quatro pequenos grupos e em horários diferentes e o espaço era improvisado, já que em nenhum momento do dia havia salas ociosas.

Para dar conta de atender seis turmas em cada série, eram necessários três ou quatro docentes de uma mesma disciplina, o que fazia com que nem sempre o desenvolvimento do currículo caminhasse no mesmo ritmo. Por esse motivo, era impossível criar um padrão para as provas bimestrais. Deixávamos, então, a cargo de cada docente a elaboração da própria avaliação. O resultado disso era a sobrecarga de trabalho e a insatisfação.

Quando a Secretaria de Educação resolveu acabar com o turno intermediário, aproveitamos para reorganizar toda a nossa grade. Decidimos agrupar, no período da manhã, as 3ªs, 4ªs, 7ªs e 8ªs séries e, à tarde, as 1ªs, 2ªs, 5ªs e 6ªs séries. Apesar da resistência de alguns pais - que não queriam a mudança de turno dos filhos -, a ideia foi aprovada pelo Conselho Escolar.

O esquema favoreceu a arrumação de salas e o uso do mobiliário. Além disso, a comunicação entre a equipe e o planejamento de atividades coletivas foram facilitados. Agora temos apenas um especialista por disciplina na segunda etapa do Ensino Fundamental, que elabora testes para todas as turmas de uma mesma série. Isso fez com que a coordenação pedagógica passasse a ter mais controle sobre os conteúdos ensinados, os cronogramas de aula e as avaliações. O efeito sobre a aprendizagem foi nítido e creditamos a essa mudança parte do crescimento da nossa nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que passou de 3,9, em 2005, para 5,5, em 2009.

Não houve ruptura na transição entre os segmentos, pois os docentes mantêm contato entre os turnos. É nesse período em que são realizados semanalmente os horários de trabalho pedagógico coletivo e as reuniões que envolvem todo o grupo, conduzidas pelo diretor Silvio César da Silva. A grade de horário bem estruturada permitiu que os professores acumulassem aulas, ficando mais tempo na escola, o que fortaleceu o trabalho em equipe.

Almir Bento é coordenador pedagógico da EMEFM Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, em São Paulo.

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