Não se deve trancar armários e espaços de uso comum
Assim não dá!
POR: Aurélio AmaralO professor programa uma aula prática de Química, mas, na hora de levar a turma ao laboratório, a porta está trancada. O diretor, único guardião das chaves, não está na escola e a atividade planejada acaba tendo de ser adiada. O hábito de manter fechados espaços de uso comum e armários tem origem na preocupação com a segurança e preservação do patrimônio. No entanto, ela acaba transmitindo a impressão de que os recursos não são para o uso de todos. "A equipe pode se sentir desestimulada a propor atividades que requeiram autorizações complicadas", explica Lívia Brandão, especialista em gestão de pessoas e professora das faculdades de Administração e Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).
Por isso, é recomendável manter todos os espaços acessíveis. Isso não quer dizer que não deva haver controle sobre eles. Se a sala de informática é usada esporadicamente, é sensato que ela permaneça fechada quando não houver nenhum responsável. Contudo, as chaves devem estar disponíveis, por exemplo, em um quadro ou armário ao qual todos tenham acesso, na sala dos professores ou na secretaria. Outra alternativa é distribuir cópias a vários funcionários por turno (pessoal da limpeza, secretária etc.), que ficarão encarregados de abrir as portas quando solicitados. "Delegar funções contribui inclusive para o amadurecimento do trabalho em equipe", afirma Lívia.
Uma forma de incentivar a participação do grupo na gestão dos espaços é criar uma planilha em que os docentes controlem eles próprios a reserva de equipamentos e os espaços coletivos, como fez a EPG Álvaro Mesquita, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Lá, os armários com materiais de uso diário - como lápis e gizes - nem precisam de monitoramento. "A confiança nos professores se reflete nos alunos, que percebem que a missão de cuidar da escola é de todos", conta o diretor, Luiz Fernando Nogueira.