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Gestão assume questões burocráticas para formação ser priorizada pelos pedagogos

Eu fiz assim

POR:
GESTÃO ESCOLAR
Trabalho articulado. Foto: Marcelo Almeida
TRABALHO ARTICULADO Fabiana e a equipe gestora estimulam o diálogo e a discussão de problemas com as pedagogas

Ao longo dos sete anos em que fui professora de Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental, percebi que faltava unidade no trabalho educacional da escola como um todo. Não havia planejamento das ações nem uma articulação entre os conteúdos ensinados. Os coordenadores pedagógicos - na nossa rede, chamados de pedagogos - não priorizavam as ações formativas, pois eram responsáveis por outras demandas, como o atendimento aos pais. A equipe docente trabalhava por si, sem orientação e sem muito espaço nem tempo para o debate e a troca de experiências entre os colegas.

Como a escola é grande - 900 estudantes e cerca de 55 professores -, ocorria, por exemplo, de três turmas da mesma série aprenderem assuntos diferentes ao longo do ano, prejudicando a continuidade do trabalho pedagógico. Se um aluno mudava de turma, tinha dificuldades em acompanhar o novo grupo, assim como um professor novato não sabia o que havia sido feito porque o conteúdo não era sistematizado.

Em 2009, resolvi concorrer à eleição para diretora, formando uma chapa com as educadoras Romilda Luis Martins para vice e Irene de Oliveira Kotelok para a coordenação administrativa. A nossa proposta priorizou o papel do pedagogo na formação continuada e o envolvimento do professor nas atividades pedagógicas. Vencido o pleito, partimos para pôr em ação o planejado.

Eu, a vice e a coordenadora assumimos as questões burocráticas para que as quatro pedagogas (duas por turno) se dedicassem aos horários de estudo coletivo. Às duas horas individuais que os docentes têm para planejamento das aulas por semana - uma determinação da rede municipal -, somaram-se outras duas horas de formação em grupo. Além disso, eles são estimulados a participar ativamente das reuniões - trazendo dificuldades e experiências que possam contribuir com a solução dos problemas dos colegas - e compartilham as responsabilidades pelo desempenho da escola.

Para unificar os conteúdos, criamos, com base nas diretrizes da rede de ensino, o nosso Caderno de Critérios, com todos os objetivos e temas a serem trabalhados, do 1° ao 5° ano. O mesmo documento foi adaptado para a Educação Infantil e Educação de Jovens e Adultos, segmentos também atendidos por nós. Assim, um professor novo tem acesso ao que já foi ensinado à turma que vai assumir. Os resultados podem ser vistos inclusive na nota do Ideb do 5° ano, que melhorou de 5,2, em 2007, para 6,2, em 2009. Outra boa notícia veio da Jornada de Matemática do município: cinco estudantes nossos ficaram entre os primeiros lugares no ano passado, contra nenhum no ano retrasado.

Fabiana Aparecida Lemos é diretora do Colégio Municipal Paranavaí, em Curitiba, PR.

Resolveu um problema em sua escola de forma eficiente? Conte para nós.

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