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5 critérios para uma formação eficaz de gestores

Conheça os principais aspectos que podem ser levados em conta na hora de orientar os gestores escolares em serviço

POR:
Verônica Fraidenraich

1 Competências de resultado

Abrangem processos e práticas de gestão voltados para assegurar a melhoria dos resultados de desempenho da escola, tais como:
- Definir junto com todos os segmentos que atuam na escola os padrões de desempenho de qualidade
e cuidar para que sejam atingidos.
- Analisar comparativamente os indicadores dos últimos anos, identificando os avanços e os pontos em que é necessária maior concentração de esforços.
- Promover e orientar a aplicação sistemática de mecanismos de acompanhamento da aprendizagem de modo a identificar as áreas que exigem atenção.
- Comparar os indicadores de rendimento da escola com as referências no âmbito nacional (como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e a Prova Brasil), estadual e local e prever avanços.
- Promover na escola o compromisso de prestação de contas aos pais e à comunidade sobre os resultados de aprendizagem.

O que a Secretaria de Educação pode fazer

- Divulgar os índices de desempenho da escola.
- Ajudar a equipe gestora na análise dos dados.
- Orientar na elaboração de uma agenda de trabalho para a escola com foco na melhoria dos resultados e no uso dos indicadores.

2 Competências de planejamento

São as habilidades necessárias para elaborar um diagnóstico da situação real da escola e planejar ações que possibilitem o alcance dos resultados:
- Conhecer o contexto social e cultural do país, do estado, do município e da comunidade.
- Ajudar na compreensão da importância das avaliações externas.
- Definir metas, estratégias e ações, mediante a articulação de todos os recursos disponíveis.
- Elaborar planos de ação orientados para atingir os resultados educacionais pretendidos.
- Analisar os resultados da escola considerando as diferentes variáveis para implementar os planos de ação.
- Utilizar os resultados das avaliações externas para repensar as condições de ensino previstas no projeto político-pedagógico (PPP).

O que a Secretaria de Educação pode fazer

- Ampliar os conhecimentos dos gestores sobre as políticas públicas.
- Ajudar na compreensão da importância da ficha de matrícula como um instrumento para conhecer a comunidade.
- Promover discussões sobre o contexto social e cultural no entorno.
- Orientar na definição de prioridades e no estabelecimento de metas a curto, médio e longo prazos.

3 Competências de liderança

Envolvem capacidades de liderar as equipes para o trabalho conjunto e estimular o desenvolvimento profissional e a responsabilidade de todos pelos resultados da escola. Para alcançar esses objetivos, é preciso saber:
- Comunicar-se eficazmente com a comunidade interna e externa.
- Planejar ações e envolver as pessoas na sua realização.
- Negociar, promover mediações e resolver conflitos.
- Manter as expectativas elevadas e ter uma orientação proativa.
- Promover o desenvolvimento de lideranças em seus grupos.
- Estabelecer redes de relacionamento e intercâmbio profissional e institucional.
- Lidar com a diversidade de professores, funcionários, alunos, pais e comunidade.
- Conviver com as resistências a mudanças.

O que a Secretaria de Educação pode fazer

- Oferecer formação em gestão de equipe.
- Criar momentos de troca de experiências entre os gestores com foco no relacionamento pessoal dentro da escola.
- Disponibilizar condições para a aproximação da escola e da comunidade com apoio para a realização de eventos.
- Orientar o desenvolvimento de visão estratégica e de conjunto no encaminhamento das problemáticas escolares.

4 Competências pedagógicas

São as habilidades para acompanhar os processos de ensino e aprendizagem a fim de estabelecer metas e estratégias e implementar propostas educacionais que assegurem o sucesso escolar dos alunos:
- Assegurar o espaço de formação no contexto de trabalho.
- Promover a elaboração e a atualização do PPP.
- Estimular e orientar a promoção da aprendizagem profissional do grupo, pela reflexão, com base em sua atuação.
- Observar objetivamente o desempenho, dar feedback e identificar a necessidade de melhorias educacionais.
- Estar atento a tudo que diz respeito às condições dos processos de ensino e de aprendizagem dos alunos.
- Identificar as limitações e as dificuldades de seus profissionais e buscar ajuda para que possam atuar de forma eficaz.

O que a Secretaria de Educação pode fazer

- Abrir espaço para que os diretores possam expor suas ações e seus desafios.
- Aprofundar os conhecimentos do diretor sobre a gestão escolar para compreender a importância de garantir as condições de ensino e de como o aluno aprende.
- Estabelecer objetivos com relação às reuniões de pais para compartilhar os projetos da escola.
- Ajudar a definir as prioridades e o estabelecimento de metas a curto, médio e longo prazos.

5 Competências administrativas

Asseguram a realização de uma administração eficiente, desde a aplicação de recursos financeiros até o funcionamento adequado das instalações, de modo a tornar o ambiente de aprendizagem seguro e eficaz. São necessários conhecimentos
para:
- Manejar e controlar o orçamento, os recursos financeiros, os materiais e o patrimônio escolar.
- Analisar, interpretar e descrever os dados educacionais que favoreçam a tomada de decisões.
- Usar tecnologias na melhoria de processos de gestão.
- Integrar políticas educacionais nacionais, estaduais e locais nos planos educacionais da escola.
- Realizar reuniões regulares com a equipe para analisar o andamento do trabalho da unidade escolar.

O que a Secretaria de Educação pode fazer

- Ampliar o conhecimento dos diretores sobre legislação, uso de recursos e prestação de contas.
- Acompanhar a implementação de políticas públicas.
- Apoiar e incrementar o desenvolvimento do PPP.
- Contribuir com a formação das equipes gestoras.

Fontes consultadas: Heloísa Lück, do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado (Cedhap) em Curitiba, PR, Maura Barbosa, consultora da revista NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, SP, Gisela Wajskop e Maria Cristina Nogueira Bareli, do Instituto Singularidades, em São Paulo, SP, e Rosa Hashimoto, consultora em Educação, em Salvador, BA.

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