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Uma parceria com os alunos

Eu fiz assim!

POR:
GESTÃO ESCOLAR
CAPRICHO TOTAL A promoção da autonomia instigou os alunos a ter iniciativas em benefício da escola. Foto: Meireles Junior
CAPRICHO TOTAL
Ao promover autonomia,
a diretora Mariquildes instigou
os alunos a ter iniciativas
em benefício da escola

Até pouco tempo atrás, tínhamos um sério problema com o lixo na escola. Era fácil encontrar embalagens de balas e salgadinhos espalhadas pelas salas de aula e pelos corredores. Costumávamos chamar as serventes, que rapidamente limpavam tudo. Porém percebemos que essa solução não era educativa para as crianças e os jovens, que continuavam com o hábito de sujar os ambientes.

Chamei todos os membros da minha equipe para juntos pensarmos numa solução definitiva. Concluímos que a mudança aconteceria apenas se começássemos a compartilhar com eles a responsabilidade pelo cuidado com o espaço coletivo. Resolvemos, então, promover assembleias. Nelas, os alunos poderiam sugerir encaminhamentos para questões que ajudariam a escola a ser um local sempre agradável para a convivência.

Uma professora e eu ficamos encarregadas de acompanhar os encontros. Quando necessário, sugerimos pautas. Foi assim com a questão do lixo: perguntei aos alunos quem eram os responsáveis pela sujeira. Seriam as serventes? Unanimemente, admitiram ser eles próprios os causadores do problema. Os estudantes começaram a pensar em maneiras de reverter a situação, como colocar mais cestos de lixo, pregar cartazes em locais de uso comum sobre a importância da limpeza, observar melhor como os colegas tratam o ambiente escolar e orientar as turmas a não sujar o chão e as paredes. Dessa maneira, conseguimos amenizar outro antigo ponto que nos incomodava: a aparência da escola. Não temos muros, por isso as paredes do edifício estavam sempre sujeitas a pichações - às vezes, feitas por pessoas da comunidade e pelos próprios estudantes. O assunto também foi levado para as assembleias. Hoje, todos estão mais alertas: diante de algum sinal de vandalismo, há uma união para proteger o patrimônio. 'Você se lembra que combinamos de não fazer mais isso?', perguntam uns aos outros.

Com o tempo, as assembleias viraram rotina. Cada classe se reúne periodicamente para tirar encaminhamentos e, uma vez por mês, dois representantes de cada turma participam de um encontro maior, no qual as decisões que envolvem toda a escola são tomadas. Nessa reunião, um dos membros se responsabiliza por registrar tudo o que foi debatido para depois comunicar à comunidade. Além da questão da limpeza, os temas mais frequentes são relacionados ao comportamento dos próprios estudantes.

Calculamos que a responsabilização pelos cuidados com a escola tenha melhorado 90% e o maior ganho é que os encaminhamentos partem dos alunos. Todas essas iniciativas mudaram também a postura da equipe: hoje, as turmas são nossas parceiras e vemos os jovens como cogestores da escola. Já não existe mais o discurso 'isso não é da minha conta'. Todos zelam juntos pelo bem comum.

Mariquildes de Todos os Santos Morais Lima é diretora da EMEIF Fernando Cardoso, em Santa Rita, MA.

Resolveu um problema em sua escola de forma eficiente? Conte para nós.

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