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Um recreio inclusivo

Eu fiz assim

POR:
Joelma Idiane Frighetto Flamia
ESPAÇO E DIVERSÃO Com o escalonamento de horários, Joelma garante mais espaço para brincadeiras. Foto: Tamires Koop
ESPAÇO E DIVERSÃO Com o escalonamento de horários, Joelma garante mais espaço para brincadeiras

Em nossa escola, trabalhamos com inclusão já há alguns anos e sempre fizemos de tudo para que ela aconteça de forma plena. Temos 13 alunos com deficiência e, no ano passado, percebemos que a hora do recreio não estava bem organizada. Eles interagiam pouco com os colegas, pois o pátio estava sempre muito cheio e barulhento, fazendo com que eles se isolassem.

Depois de uma reunião entre a equipe gestora e os professores - que também reclamavam que as crianças voltavam muito agitadas para a classe e era difícil dar continuidade às aulas -, encontramos uma solução. Resolvemos escalonar o intervalo das turmas e começar a oferecer algumas atividades supervisionadas. Dividimos o recreio em três horários. Primeiro saem da sala de aula as turmas de 1º ano, que têm 15 minutos para fazer a merenda, acompanhadas das professoras. Quando elas vão para o pátio, os 2os e 3os anos se dirigem ao refeitório. Finalmente, quando chega a hora de esses últimos irem para a área externa, os 1os anos voltam para a sala de aula e os 4os e 5os anos chegam para fazer a merenda.

Enquanto os alunos estão brincando, as professoras titulares tomam lanche tranquilamente, pois sabem que os pequenos estão sob supervisão. No pátio, ficam as professoras de Educação Física, da biblioteca e da sala multimeios, mais a coordenadora de turno e a vice-diretora. E elas não são apenas observadoras: participam dos jogos e das brincadeiras e estão sempre a postos para promover a socialização de todos.

Com um grupo menor de crianças e todas na mesma faixa etária, a integração aumentou e a confusão diminuiu. Os alunos com deficiência agora se sentem mais seguros e à vontade para participar das atividades e brincar com os colegas, pois contam com o apoio dos adultos.

Com mais espaço disponível, pudemos inclusive introduzir novidades: um rodízio de atividades esportivas, com vôlei, basquete, futebol e boliche, e o resgate de brincadeiras tradicionais, como pular elástico e corda e cinco-marias (conhecida também como jogo das pedrinhas ou dos saquinhos de arroz). Às vezes, montamos alguns cantinhos, como o da beleza, que as meninas adoram.

A organização dos novos horários não foi nada fácil, mas depois que entrou na rotina percebemos os resultados. Valeu a pena. Antes, os alunos se machucavam muito. Agora, isso é mais difícil de acontecer e, nesses casos, o atendimento é rápido. Percebemos uma melhora tanto na inclusão de todos durante o recreio como no retorno à sala de aula. Os alunos estão mais satisfeitos - e os professores também.

 

Joelma Idiane Frighetto Flamia é diretora do EMEF Alexandre Bacchi, em Guaporé, RS.

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