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As informações preciosas das fichas de matrícula dos alunos

O documento preenchido pelos pais quando o aluno ingressa na escola contém informações valiosas que ajudam no planejamento

POR:
Noêmia Lopes

Na sua escola, qual o destino dado àquelas duas ou três folhas de papel que os pais preenchem no início do ano letivo ao efetuar a matrícula do filho? Elas simplesmente são arquivadas conforme mandam as normas burocráticas? Ou, antes disso, a equipe gestora as utiliza para conhecer melhor seu público e embasar o planejamento? Afinal, quando se conhecem as condições socioeconômicas e culturais dos estudantes, fica mais fácil tomar decisões administrativas, elaborar ações pedagógicas, organizar eventos e estreitar a parceria com a comunidade e as famílias.

Na elaboração ou revisão do projeto político-pedagógico (PPP), é indispensável levar em consideração os dados coletados na matrícula. Essa é uma maneira de garantir que os alunos tenham, de fato, seus direitos atendidos. Veja nos infográficos o que os itens da ficha de matrícula comunicam aos gestores e como usá-los no planejamento da escola.

Para facilitar a análise das informações, elas precisam ser sistematizadas. Isso significa organizá-las por temas e transformá-las em gráficos e tabelas. Assim, fica mais fácil fazer a leitura quantitativa e qualitativa das necessidades dos alunos ao tomar decisões. Um exemplo: quando os dados referentes à questão "Como o aluno vai para a escola?" forem tabulados e cruzados com os de "Distância percorrida", eles mostrarão a porcentagem de estudantes que gastam muito tempo no trajeto casa-escola. O que é possível fazer com isso? Perceber se é preciso oferecer um lanche aos que chegam com fome ou cansados e pensar nas primeiras atividades do dia - mais agitadas ou mais relaxantes, conforme o caso. Ou, ainda, para organizar as reuniões de pais - se são viáveis à noite e se terão adesão das famílias que moram longe.

Questionário complementar ou entrevista com a família

Em geral, é a Secretaria de Educação que disponibiliza o formulário para as escolas. Cada rede tem um modelo e, certamente, eles diferem entre si e deste que NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR optou por mostrar - um questionário bem completo para que você, gestor, analise quais itens são úteis para sua escola e quais precisam de aprofundamento.

Se a ficha enviada pela rede não contemplar todos os aspectos que devem ser observados, você pode entrar em contato com a secretaria local e sugerir mudanças para o ano seguinte. Enquanto elas não ocorrem, uma saída é elaborar um questionário complementar, pedindo que as famílias o respondam, ou marcar entrevistas com elas para conversar sobre os temas necessários, principalmente no caso de alunos novos. Uma vez preenchido o documento, vale a pena digitar todos os dados e guardá-los em arquivos no computador da escola. No ano seguinte, basta imprimi-lo e entregar aos pais, pedindo que confiram as informações e modifiquem apenas as que sofreram alterações.

Os erros mais comuns

Atenção na hora de avaliar as informações da ficha de matrícula para não cometer enganos como:
- Interpretar de maneira preconceituosa os dados relativos a grupos étnicos, raciais e religiosos. As informações servem para conjugar diferenças - não para segregar as crianças.
- Enxergar estudantes e famílias de baixa renda com piedade ou sob uma ótica assistencialista. O contexto em que o aluno vive deve ser levado em conta para assegurar o direito à Educação.
- Justificar a falta de participação dos pais na escola por causa dos índices de baixa renda ou escolaridade.
- Rotular alunos pela situação familiar ("a família é desestruturada", "filho único é mimado", "crianças com pais ausentes são rebeldes").

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