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Como fazer a gestão do espaço do berçário

Um ambiente limpo, acolhedor e livre de perigos ajuda os pequenos a desenvolver a autonomia e as diversas linguagens

POR:
Sofia Solves
Berçário: lugar seguro e educativo. Ilustração Bruno Algarve

A demanda por vagas em creches sempre foi grande no Brasil. Mesmo assim, a oferta das redes públicas só começou a aumentar de forma significativa nos últimos anos - principalmente depois de 2007, quando a Educação Infantil passou a receber o repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Em 2009, por exemplo, houve o acréscimo de 8,3% nas matrículas de crianças de até 3 anos em relação a 2008, segundo dados do Censo Escolar.

Mais do que um lugar para as mães deixarem os filhos enquanto trabalham, a creche é um espaço que tem papel importante no desenvolvimento dos bebês. É lá que, por meio de brincadeiras e da interação com os adultos e outras crianças, eles podem explorar objetos usando a imaginação, interagir e expressar-se por meio da linguagem oral, obter domínio do corpo e destreza com os desafios corporais propostos pelos professores, descobrir o ambiente, construir a identidade e a autonomia e aprimorar as linguagens plástica, musical e corporal. Isso pode começar no berçário, desde que o espaço seja estruturado, limpo e seguro (veja como organizar os principais ambientes e oferecer oportunidades de aprendizagem nos infográficos desta reportagem). "As atividades e o espaço devem ser pensados de forma a estimular todas essas habilidades nos pequenos", explica a pedagoga Divani Aparecida Albuquerque Nunes, coordenadora do Grupo de Apoio Pedagógico (GAP) da Prefeitura Municipal de Taboão da Serra, na Grande São Paulo.

Sala de atividades e solário

A sala de atividades é o lugar em que os pequenos mais devem ficar e se divertir. Por isso, tem de ser acolhedora e não inibir a movimentação. Antes de mais nada, é interessante evitar pisos que tenham barreiras (como fendas ou degraus) e feitos com materiais frios ou escorregadios. A preferência é para o uso de revestimentos "quentes", como madeira, ou forros como tatames, colchonetes e placas de borracha. Esses, inclusive, têm a função de evitar machucados nos bebês em caso de tombo ou desequilíbrio durante a exploração de novos movimentos. Na escolha dos móveis, também vale o critério de segurança: nada de mesas e cadeiras com cantos pontudos
e arestas.

Os brinquedos são itens obrigatórios, pois, além de divertir, ajudam a desenvolver a coordenação motora, a imaginação e a interação. Utensílios simples ou de material reciclável são os mais indicados desde que não sejam feitos com peças pequenas. Como os bebês costumam levar tudo à boca, há o risco de os objetos menores serem engolidos. Ao adquirir os brinquedos, é bom observar se eles trazem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que exige do fabricante estrutura e matéria-prima adequadas às diversas faixas etárias. "O importante é o gestor estar atento à variedade de objetos disponíveis e perceber se eles estão estimulando os potenciais das crianças", afirma Ana Benedita Guedes Brentano, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá - Formação Continuada de Educadores, em São Paulo.

Localizado na área externa, o solário é um dos espaços preferidos dos pequenos em dias claros e sem chuva. Lá, assim como na sala de atividades, é possível fazer contação de histórias e ouvir música, mas o diferencial está no contato com a natureza. Por isso, dê preferência a locais com grama e, se possível, algumas árvores, para que sejam exploradas. Ao ar livre, as brincadeiras ganham novas possibilidades com brinquedos maiores, como escorregadores e cavalinhos. Os educadores, no entanto, têm de evitar o horário de sol forte, entre 10 e 15 horas, e redobrar a atenção para garantir a segurança de todos.

Hora do banho: ideal para a higiene e também para brincadeiras 

O banho do bebê é ao mesmo tempo um momento de higiene e de brincadeira. As banheiras, que geralmente ficam no fraldário (onde também são feitas as trocas de roupa), devem ser preferencialmente de plástico, ter um chuveirinho e ser instaladas em uma altura confortável para quem vai cuidar dessa tarefa. Além disso, brinquedos e livros de plástico são bem-vindos nessas horas e os educadores podem ser orientados a conversar com as crianças, estimulando o uso desses objetos. Por motivos de higiene, é preferível que o lactário - local em que são preparados os alimentos e feitas as refeições - seja montado em um ambiente separado do fraldário (veja mais informações no quadro abaixo).

Para o descanso dos pequenos, o local de repouso deve estar sempre limpo, ser arejado e ter pouca iluminação. Um adulto tem de estar por perto, caso alguém acorde assustado ou indisposto. Nesse ambiente, os especialistas recomendam o uso de pisos como as placas de vinil, que são fáceis de limpar e evitam espaços onde a poeira pode se acumular. Algumas creches têm substituído os berços por colchonetes no chão para dar mais autonomia aos bebês.

Lactário: é aqui que se come
O que é preciso ter no espaço destinado à alimentação

ícones lactário

Cadeiras de alimentação
Crianças a partir de 1 ano e 4 meses comem em mesinhas com cadeiras - as mais novas usam o cadeirão. Essa mobília deve ser de plástico ou outro material de limpeza rápida.

Eletrodomésticos
Um esterilizador para mamadeiras é fundamental. Para preparar e armazenar alimentos, bastam um fogão de quatro bocas, uma geladeira de 180 litros e um microondas.

Paredes, pisos e janelas
Azulejos e pisos frios são mais fáceis de limpar e garantem a higiene. As janelas devem ser amplas o suficiente para garantir a ventilação e permitir a entrada de luz natural.