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Uma diretora, uma supervisora e uma coordenadora

Três educadoras de diferentes lugares do Brasil dão seu depoimento sobre a experiência em cada um destes cargos

POR:
GESTÃO ESCOLAR

É verdade que toda a comunidade deve contribuir na construção de uma escola com ensino de qualidade. Mas três profissionais desempenham papéis-chave nesse processo: o supervisor de ensino, o diretor e o coordenador pedagógico. Veja a seguir como três educadoras de diferentes lugares do Brasil desempenham suas funções à frente desses cargos.

Supervisora educacional

"Na rede paulista de ensino nós, supervisores, somos formadores de formadores. Precisamos entender os modos de aprendizagem daqueles que ensinam. Temos de entender de didática, do currículo escolar e das novas concepções de aprendizagem em diferentes áreas. Atuamos na rotina de acompanhamento das escolas e na proposição de políticas públicas. Somos o complemento possível, não um órgão de fiscalização. Eu tenho um plano de ação, com o cronograma de trabalho do ano. Claro que esse plano é flexível e muda conforme as necessidades das quatro escolas sob minha responsabilidade. Priorizo aquelas com mais dificuldades. Faço acompanhamento, gestão de currículo, avaliação e formação. Uma das minhas principais ações é acompanhar os resultados de avaliações externas e dar significado a eles. Com os resultados em mãos reúno as gestoras da escola e discuto quais expectativas elas tinham e de quais deram conta. A nota não é o final de um processo e, sim, o início dele. É assim que montamos ou refazemos planejamentos, criamos turmas de recuperação, aperfeiçoamos as práticas. As equipes escolares têm clareza que o aluno só aprende quando o ensino é de qualidade. Por isso, todos estão sempre estudando. Promovemos reuniões semanais com os coordenadores pedagógicos, das quais participam também coordenadores de oficinas pedagógicas da Diretoria de Ensino da Secretaria. O objetivo é atender às demandas por conteúdos específicos feitas pelos coordenadores e, também, acompanhar as escolas com baixos índices no SARESP. O foco dos encontros está na construção do saber e nas metodologias de aprendizagem. O coordenador deve ser um especialista da didática, para dar apoio aos professores. Por isso, ele precisa entender as modalidades organizativas dos conteúdos e quais são as boas situações de aprendizagem. Durante as reuniões de formação os coordenadores também participam de oficinas pedagógicas voltadas para temas como leitura e escrita, programas de leitura na contemporaneidade e matemática básica. Os professores da rede de São Paulo recebem a formação dos coordenadores pedagógicos, dentro das escolas. Tudo acontece no mesmo movimento. Toda a formação da rede está integrada no projeto "Rede aprende com a Rede", da Secretaria."

Elianeth Dias Kanthack Hernandez, supervisora da diretoria de ensino de Assis, SP

Diretora de escola

"Participar das formações oferecidas pela rede municipal foi fundamental, porque adquirimos muito mais conhecimentos e passamos a enxergar o processo de aprendizagem de outra forma. Antes, o método de ensino se resumia a seguir os livros didáticos. Ninguém fazia plano de aula ou avaliação diagnóstica. Em 2000 a escola tinha 60% de reprovação na primeira série do ensino fundamental. Hoje, o trabalho dos professores é desenvolvido em parceria comigo. Compartilho responsabilidades com eles, em prol da aprendizagem. A avaliação tem sido muito importante para nos ajudar a definir os rumos da escola e para apresentar para a comunidade os resultados que conseguimos, como o de zerar a reprovação na primeira série do fundamental. Também recebi formação para lidar com programas e políticas públicas, como o Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) e Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Estudei questões importantes para o funcionamento da unidade, como a merenda escolar, o que diz a legislação, as novas demandas do MEC, entre outros. Em todo esse trabalho, foi fundamental o apoio da coordenadora pedagógica Solange Alves de Souza, que atende a nossa escola e outras sete na região. Gostaria de ter um coordenador só para a EM José Pereira de Araújo."

Maria Hélia Oliveira Araújo é diretora da EM José Pereira de Araújo, em Ibitiara, BA

Coordenadora pedagógica

"Sigo de perto o trabalho dos professores e faço o registro de tudo, para compartilhar depois com a direção e com a supervisão. Sempre voltamos aos registros para identificar problemas e encontrar boas soluções. Nas reuniões com a supervisora e a diretora, todos participam com análises e sugestões porque o conhecimento não está só nas mãos de uma pessoa. Cada um pode ajudar um pouco. E o interessante é que a diretora não fica só na parte administrativa da escola, nem a supervisora só na fiscalização. Todas as semanas, eu me reúno com a supervisora por pelo menos quatro horas para contar como estão as coisas na escola e receber orientações. Cada ponto fraco do ensino é rediscutido, como pontuação, paragrafação... Assim, as dificuldades dos alunos não ficam para trás e a alfabetização é bem sucedida. Até os professores se sentem mais amparados, pois sabem que não estão sozinhos e que o compromisso da educação de qualidade não é só deles."

Flávia Viana de Lima Pignataro é a coordenadora da escola EE Professora Noemia Garcia Ciciliato, em Florínea, SP

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