Projeto institucional: refeitório self-service
POR: GESTÃO ESCOLAR
Objetivos
- Geral
Tornar a refeição na escola um momento de aprendizagem e de convivência social.
- Para a direção e a coordenação
Reorganizar o espaço para que ele seja acolhedor e respeitoso.
- Para os alunos
Aprimorar o convívio e a aprendizagem na hora da merenda, promovendo a autonomia e a valorização da escolha.
- Para os professores
Articular as aprendizagens formalizadas em sala de aula com as que acontecem em outros ambientes escolares.
- Para os funcionários
Compreender o aspecto educativo de sua atuação.
- Para os pais
Promover a aproximação dos familiares com a escola para que compreendam as intencionalidades educativas explicitadas nas propostas e ações do cotidiano.
Conteúdos de Gestão Escolar
- Relações pessoais
Envolvimento da equipe escolar e dos alunos no projeto.
- Recursos
Aquisição de equipamentos e utensílios.
- Serviços de apoio
Reorganização da atuação das merendeiras e dos demais funcionários.
- Espaço
Organização do ambiente adequado para a circulação de pessoas.
Tempo
Indeterminado, pois envolve a implantação e a manutenção das ações permanentemente.
Material necessário
Bancada para colocar as travessas, as mesas e os bancos em quantidade suficiente, toalhas, bandejas (opcional), louça, talheres adequados, pratos de louça, copos, talheres de serviço, guardanapos, lixeira e espaço para a devolução de bandejas e louças usadas.
Desenvolvimento
1ª etapa
Diagnóstico
Analise e avalie as condições de infraestrutura do espaço para o refeitório. Há iluminação e ventilação adequadas? O mobiliário é adequado para as crianças em relação a tamanho e segurança? Existem mesas e bancos em quantidade suficiente para os alunos e uma bancada de apoio para servir a comida? Faça um orçamento de quanto vai precisar para realizar as adequações (reforma, pintura, móveis e demais equipamentos). Caso seja preciso providenciar alguns itens, uma saída é solicitá-los à Secretaria de Educação. Outra possibilidade é pedir autorização para promover campanhas de arrecadação desses produtos ou serviços ou para levantar recursos para comprá-los.
2ª etapa
Preparação da equipe
Promova reuniões com todos os funcionários para apresentar o projeto institucional e envolvê-los no desenvolvimento e na implantação. As merendeiras devem participar desde o início, já que a contribuição delas é fundamental. De qualquer maneira, todos devem estar cientes da importância do projeto e da aprendizagem dos alunos. Explique que a hora da merenda, assim como a de brincar e a de estudar, dentro do ambiente escolar, traduz grande parte da riqueza de valores cultivados pelos educadores responsáveis pela gerência da escola e das intencionalidades educativas. É importante ressaltar também que todas as culturas - escolares e não escolares - têm muitas e diferentes maneiras de receber e tratar bem os amigos, parentes, parceiros e convidados. Quem recebe deve preocupar-se em cuidar bem do espaço e acolher bem o outro, proporcionando prazer. Será que a cultura do ambiente escolar pode propiciar condições semelhantes a essas? Se possível, convide os funcionários para um almoço ou jantar num restaurante self-service. Peça para que observem as condições que precisam ser asseguradas por eles e pela escola para que o projeto se concretize.
3ª etapa
Arrumação do espaço
Durante a reorganização do refeitório, preveja corredores entre as mesas em largura adequada para a circulação e a acomodação dos usuários, que na hora da refeição estarão carregando bandejas ou pratos. Para tornar o ambiente agradável, planeje sua decoração com vasos de plantas, cartazes produzidos pelos alunos ou pelas próprias merendeiras e demais funcionários. Nas paredes, podem estar ainda o cardápio do dia, um mural de recados ou mesmo a exposição dos trabalhos dos alunos. Até as mesas podem ser arrumadas com toalhas e enfeites confeccionados pelas mães das crianças ou por elas mesmas.
4ª etapa
Comunicação e divulgação
É fundamental que os familiares sejam comunicados do projeto e do novo esquema de funcionamento da merenda. Coloque o assunto em uma das reuniões de pais e mostre as intenções educativas da escola. Mantenha um canal de comunicação permanente com eles por meio de cartas ou bilhetes ou colocando cartazes com fotos nos locais em que mais circulam dentro da escola. Se tiver jornal, faça do refeitório um tema a ser sempre tratado. E claro que os alunos também devem se envolver. É possível passar de classe em classe para comunicar o projeto ou mesmo fazer uma assembleia com várias turmas. Deixe explícitos os motivos da reorganização do refeitório. E aproveite para inaugurar a caixa de sugestões, onde eles podem avaliar o momento da merenda em relação à comida, à organização do espaço e à maneira de se servir e dar sugestões para a melhoria do projeto. Que tal solicitar a ajuda deles para que montem com as merendeiras o cardápio da semana?
5ª etapa
Implantação do self-service
Antes de instituir o sistema para toda a escola, promova um período de um mês de experiência com algumas turmas. Nessa etapa, observe se os estudantes têm facilidade em pegar os alimentos na bancada (ou se é preciso adequar a altura da mesa das travessas), como está a circulação nos corredores quando as crianças estão com os pratos ou bandejas nas mãos, se o espaço na mesa é suficiente para acomodar a bandeja ou o prato ou se é preciso ter menos cadeiras por mesa. Após esse período, reavalie com toda a equipe e com os próprios alunos as ações que precisam ser implementadas para melhorar o projeto. Um problema que pode surgir é não haver espaço suficiente para que todos os alunos da escola façam a refeição ao mesmo tempo. Se isso acontecer, pense em um escalonamento do horário da merenda para que todos fiquem bem acomodados. Faça os ajustes e amplie o sistema de self-service para as demais turmas progressivamente. É preciso investir sempre na aprendizagem dos alunos e na orientação para professores e funcionários. Afinal, as crianças vão iniciar um processo para aprender a se servir de modo aquedado, a levar o prato ao local onde realizarão a refeição, a comer determinados alimentos para que tenham uma dieta equilibrada, a ter maior consciência sobre a saúde e atitudes positivas para uma convivência harmoniosa e respeitosa com os colegas. Elas precisam aprender também a manipular utensílios como travessas, conchas, colheres grandes, talheres e pratos de louça. Com certeza, haverá o desperdício de comida e certa bagunça no começo. Tudo isso é novidade, demanda tempo de aprender e não tem prazo para terminar. O papel dos professores e funcionários é explicar o funcionamento do refeitório, orientar as crianças e estabelecer combinados, dar sugestões e pedir a opinião delas. Não deixe de planejar palestras sobre alimentação saudável e preparação dos alimentos (de especialistas para as merendeiras ou mesmo dessas para os alunos).
Avaliação
Faça reuniões periódicas com toda a equipe escolar para avaliar o andamento do projeto e apresentar as sugestões dos alunos. Discuta possibilidades de incorporá-las ao projeto.
Consultoria: Roberta Panico
Formadora do Cedac e consultora de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR.