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O gestor e o ensino da Língua

É desafio de toda a escola formar leitores e escritores. E isso requer contato com a leitura e produção de texto desde cedo

POR:
Gustavo Heidrich
AMBIENTES DE LEITURA Disponiblizar o acervo, organizar o espaço e estimular a leitura são ações dos gestores. Foto: Marlon Sanchez
AMBIENTES DE LEITURA Disponiblizar 
o acervo, organizar o espaço e 
estimular a leitura são ações dos 
gestores. Foto: Marlon Sanchez

Até a década de 1970, o ensino da Língua Portuguesa se restringia a duas etapas: a aprendizagem do sistema de escrita e, só mais tarde, o estímulo à produção de textos e à leitura dos clássicos. Naquela época, o papel dos gestores era garantir os materiais para a realização de ambas as práticas. Quando o ensino passou a ser visto como um processo contínuo de desenvolvimento das competências leitora e escritora (com base nas dificuldades de aprendizagem e com foco na interação social), o papel do gestor foi ampliado para criar um ambiente na escola que favoreça continuamente a leitura e a escrita. Essa postura envolve a formação de professores, a organização do espaço físico, a interação com as famílias e a inclusão da leitura e da escrita na rotina escolar. É isso que a revista NOVA ESCOLA apresenta em reportagem da edição de abril (que está nas bancas) sobre os panoramas e as perspectivas do atual ensino da Língua Portuguesa no país.

"Os gestores precisam ter como princípio de seu trabalho a transformação dos alunos em escritores e leitores competentes. Eles são corresponsáveis, junto com os docentes, pelo sucesso dessa empreitada", afirma Beatriz Gouveia, coordenadora do Instituto Avisa Lá, de São Paulo. Do lado do coordenador pedagógico, a principal frente é a formação da equipe. Por meio do acompanhamento e da ref lexão sobre a prática de sala de aula, ele deve garantir a coerência da abordagem de cada docente com o projeto pedagógico da escola. Nesse momento, cabem orientações para derrubar mitos, como o de que só é importante ler em sala de aula para os alunos que ainda não dominam a escrita. "É importante que a leitura diária seja feita em qualquer nível do Ensino Fundamental, e não só nos primeiros anos. Ao ler, o professor apresenta o material e o recomenda. Isso explicita os critérios de apreciação utilizados, oferecendo referências a respeito deles", esclarece Kátia Bräklin, do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, em São Paulo.

Muitos desses conceitos fazem parte do dia-a-dia da escola, mas é essencial que os gestores os dominem para garantir sua aplicação. Na elaboração de projetos didáticos de leitura e escrita, por exemplo, é importante fornecer subsídios teóricos e práticos para a equipe docente, estimulando todos a se atualizar sobre os diversos gêneros que serão trabalhados. "Quando queremos montar um projeto de leitura e escrita, proponho aos professores que façam uma pesquisa virtual e bibliográfica sobre o conteúdo em questão. Naquele período, substituo a análise dos registros diários pela dos relatórios com os resultados desse estudo", afirma a coordenadora pedagógica Débora Rana. Todo o trabalho deve reverter para uma rotina de sala de aula na qual as crianças participem de atividades que estimulem os três pilares de ensino da língua: leitura, escrita e comunicação oral.

Para o diretor, ainda vale a necessidade de garantir um bom acervo de textos e livros. Mas, mais do que isso, ele precisa criar ambientes propícios para leitura e escrita e fazer com que eles tenham uso diário. A abordagem moderna de ensino da língua prevê que o estudante tenha acesso desde cedo ao material escrito, pois é isso que permite a ele estabelecer relações para desenvolver comportamentos leitores. Rodas de leitura, feiras de livros, uma biblioteca organizada, semanas literárias, a criação de murais e painéis pela escola e o estímulo ao envolvimento de toda a comunidade - pais, funcionários e professores - nas atividades de leitura para os alunos são estratégias que, comprovadamente, ajudam a criar esse ambiente.

Quer saber mais? Leia a reportagem de NOVA ESCOLA e compartilhe com sua equipe.

Conteúdos indispensáveis

 

Além da reportagem O Papel das Letras na Interação Social, que traça o histórico da evolução do ensino de Língua Portuguesa, NOVA ESCOLA tem outros destaques na sua edição de abril:

? A Ideia Que Revolucionou o Sentido da Vida é o título da reportagem de capa, que ajuda a entender as origens da Teoria da Evolução e apresenta maneiras eficazes de trabalhá-la em sala de aula.

? Detalhes sobre a nova política nacional de inclusão de surdos estão no texto Falar Com as Mãos.

? Em Nasce uma Língua, a história de um professor indígena que transformou a cultura oral de sua tribo em escrita.

? Na estreia da coluna Gestão em Foco, o ex-diretor de escola e professor Fernando Almeida discute a violência escolar, o tema de capa da primeira edição de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR.

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