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Escolas que incluem de verdade

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GESTÃO ESCOLAR
MAIS QUALIDADE DE ENSINO MAIS QUALIDADE DE ENSINO Na EM Valentim João da Rocha, em Joinville (SC), a diretora Luci Leila da Cunha Nunes e sua equipe sabem que incluir alunos com deficiência nas classes regulares é um desafio, mas sabem também que o esforço é compensador. Os professores buscam flexibilizar as atividades para que 20 crianças e adolescentes com diferentes necessidades especiais participem das aulas. 'Quando recebemos um novo aluno com deficiência, os professores se preocupam em repensar as práticas pedagógicas para contemplar a diversidade', conta Luci. Na foto, o aluno Lucas João Forte, que tem Síndrome de Down, participa de uma aula de Educação Física. TODOS APRENDEM E AVANÇAM TODOS APRENDEM E AVANÇAM Geralmente, as crianças chegam à EM Valentim João da Rocha no 1º ano e seguem até o fim do Ensino Fundamental. Quando há transferências, as matrículas são feitas de acordo com a idade. Para que isso aconteça, quem tem alguma necessidade especial é avaliado conforme as próprias possibilidades. Segundo Luci, 'eles mesmos querem receber provas e ser tratados como os colegas. Portanto, seguimos o currículo com eles, fazendo as devidas adaptações'. É o que acontece com Thiago Ramalho da Silva, que tem paralisia cerebral, participa das atividades propostas à turma e tem uma relação de grande parceria e amizade com os colegas. FIM DA RESISTÊNCIA FIM DA RESISTÊNCIA A nova concepção educacional fundamenta a inclusão como um processo de mão dupla: todos aprendem pela interação, independentemente de ter ou não alguma deficiência. Ao matricular os alunos de inclusão com colegas de idades próximas, a diretora Luci, da EM João Valentim da Rocha, propicia essa troca permanente de informações e experiências: 'Quem tem preconceito é o adulto. As crianças têm carinho e gostam de ajudar umas às outras'. A deficiência física de Ana Caroline de Jesus - ou Aninha, como é chamada - em nada impede que ela seja uma das melhores alunas da turma e se divirta todos os dias com as amigas. OBJETIVO EM COMUM OBJETIVO EM COMUM O trabalho com a inclusão não seria completo se não contasse com a participação de todos os profissionais da EM João Valentim da Rocha, em Joinville (SC). Gestores, professores que dão ou já deram aulas para os alunos com deficiência, profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e demais funcionários - todos trocam informações e compartilham experiências para beneficiar a aprendizagem e atender melhor. A aluna Jaqueline Ziese, que tem síndrome de Noonam, tem tanto carinho por sua primeira professora que não deixa de encontrá-la todos os dias no recreio. APOIO COMPLETO APOIO COMPLETO No contraturno, alunos com necessidades especiais matriculados na EM João Valentim da Rocha frequentam a sala multifuncional, onde a professora Geisa do Nascimento os ajuda a desenvolver habilidades específicas, com a ajuda de recursos tecnológicos, jogos pedagógicos e materiais adaptados que ela mesma prepara. José Feliciano Leite Neto tem Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) e está se alfabetizando. Na sala regular, sua turma está aprendendo sobre os vegetais. Pensando nisso, Geisa propôs uma atividade em que José legenda as fotos que ele mesmo tira no jardim da escola. METAS BEM DEFINIDAS METAS BEM DEFINIDAS Na EMEF Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, em Aracruz (ES), inclusão é assunto de trabalho coletivo. Semanalmente, todos se reúnem para avaliar o desenvolvimento e a rotina dos 15 alunos com necessidades especiais, bem como rever os objetivos propostos a eles. 'Isso dá aos professores uma segurança maior. Eles não se sentem sozinhos, têm parâmetros a seguir e podem voltar-se exclusivamente à aprendizagem', conta a diretora Débora Amorim Gomes Barbosa (de branco, na frente). Nesse sentido, é fundamental garantir tempo e espaço para que os docentes troquem informações com os profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE). AUXÍLIO GARANTIDO AUXÍLIO GARANTIDO Na EMEF Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, cada aluno conta com um professor de apoio que o ajuda com dificuldades de higiene, locomoção e aprendizagem durante as aulas. Mas não basta que esse profissional acompanhe o estudante. 'Ele também participa de todas as reuniões sobre o desenvolvimento do aluno, ajuda a elaborar seu plano de ensino e a tomar decisões', esclarece a diretora Débora Barbosa. Além disso, também fazem registros sobre os estudantes, assim como o professor de sala e os profissionais especializados. Reunidas, essas informações beneficiam a qualidade do ensino oferecido a quem tem alguma deficiência. COMUNIDADE ESCOLAR UNIDA COMUNIDADE ESCOLAR UNIDA A diretora da EMEF Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, Débora Barbosa, conta que não teve problemas com os estudantes ou com as famílias para incluir os alunos com deficiência nas salas regulares. As crianças e os jovens foram chegando e a comunidade reagiu como parceira da real inclusão. 'As amizades se formaram e não houve espaço para qualquer tipo de discriminação. A receptividade de todos foi muito carinhosa', observa. CONSCIENTIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS CONSCIENTIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS O trabalho de inclusão promovido pela diretora Virginia Lúcia Nunes de Souza Melo (de vestido) começa nas casas da comunidade. 'Quando ouvimos dizer que uma criança com deficiência não está matriculada ou quando um dos nossos alunos começa a faltar com frequência, vamos conversar com as famílias. Explicamos a importância de ir à escola e mostramos que esse é um direito da criança e um dever dos pais', conta Virginia. Além disso, a diretora e os professores da EM Osório Leônidas Siqueira, em Petrolina (PE), esclarecem dúvidas sobre o preconceito, garantem que todos são bem cuidados na escola e compartilham boas histórias de alunos incluídos nas turmas regulares. TROCA VALIOSA TROCA VALIOSA Para que os 10 alunos com deficiência matriculados na EM Osório Leônidas Siqueira possam participar das atividades, aprender novos conteúdos e desenvolver habilidades, um professor especialista os atende no contraturno. 'Ele está em constante contato com o professor da sala regular, em encontros semanais. Isso é importante porque muitos docentes não se sentem preparados, principalmente no começo do trabalho. É comum para nós, gestores, ouvir dos professores a frase 'eu quero incluir, mas não sei lidar'. Digo, então, que não se preocupem, pois trabalharemos juntos e teremos a ajuda especializada necessária', diz a diretora, Virginia Melo. COMPROMISSO COLETIVO COMPROMISSO COLETIVO Não são apenas os gestores e professores os responsáveis pela inclusão na EM Osório Leônidas Siqueira. Merendeiras, equipe de limpeza e demais funcionários também compartilham a tarefa de oferecer as condições necessárias para assegurar o direito de aprender dos alunos com deficiência. Segundo Virginia Melo, diretora da escola, 'para garantir a integração de jovens com necessidades especiais na sociedade, temos de trabalhar todos os aspectos: o intelectual, o afetivo e o social. Queremos que esses alunos cresçam e se desenvolvam, e não vamos fugir dessa tarefa'.