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Blog Aluno em Foco

Questões sobre orientação educacional, ética e relacionamentos na escola

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Regras: como explicá-las aos alunos?

POR:
Flávia Vivaldi

Post de blog sobre a importância de explicar os valores por trás das regras na escola. Blog de orientação Aluno em Foco. Site Gestão Escolar. Crédito: SXC

- Por que está sem uniforme? – pergunta o professor.
– Por que preciso estar com uniforme? – questiona a aluna
– Porque essa é a regra.
– E por que tem essa regra?

- Por que está atrasada?- pergunta o professor.
– Porque o ônibus demorou a passar.
– Você está atrasada, então não pode entrar em classe.
– Por que não posso entrar?
– Porque essa é a regra.
– E por que tem essa regra?

Na escola, como no clube, no cinema ou em um quartel do exército, existem regras, que servem para facilitar o convívio entre as pessoas. O conjunto de normas de cada um desses lugares é construído com base nos valores em que aquela instituição acredita.

No ambiente educacional não é diferente, mas esses valores nem sempre estão claros para os alunos. Por isso, é comum que eles questionem regras (como mostrado nos exemplos que iniciam este post). Ok, não precisamos dar explicações toda vez que esses questionamentos surgirem. Em alguns casos, dizer “é assim que funciona” é a alternativa mais simples e eficiente. Mas é importante que, no decorrer da escolaridade, discutir o porquê do estatuto. Para ficar nos casos que abrem o texto:  Por que se exige uniforme? Por que é proibida a entrada de atrasados na aula?

Nesses momentos, é importante considerar o que os alunos pensam sobre a regra e explicar o posicionamento da escola, o histórico daquela regra, o porquê de sua existência. Eles podem não concordar, mas precisamos ouvi-los e, assim, criar um espaço de conversa. É importante que saibam, por exemplo, que uniformes existem para garantir a igualdade entre os alunos, e não valorizar as diferenças físicas, econômicas e sociais. Já os atrasos não são tolerados porque a entrada depois do horário pode atrapalhar o andamento da aula já iniciada.

O fundamental é ressaltar aos estudantes que o direito de todos se sobrepõe à vontade individual. Os alunos precisam entender que as regras têm como objetivo o bom convívio e, por isso, não servem apenas para proibi-los de fazer coisas que gostam.

Essa concepção também deve estar clara também para todos os educadores, para impedir o surgimento de milhões de regras óbvias. Se estiver claro aos alunos que é necessário respeitar o ambiente da sala de aula para não atrapalhar os colegas, regras como “não falar ao telefone na sala” e “não gritar” se tornam desnecessárias. Nesse papo entre educadores, deve-se  sempre tentar explicitar os princípios que norteiam a existência das regras.

Compartilhem nos comentários as regras de sua escola e os valores que as sustentam. Será que cada norma está, de fato, ancorada num valor?

Boa semana, educador, boa semana, educadora!