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Blog Aluno em Foco

Questões sobre orientação educacional, ética e relacionamentos na escola

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Um ano de blog: retrospectiva

POR:
Flávia Vivaldi

Foto: Divulgação

Colegas educadores, sejam bem-vindos a 2015! Espero, sinceramente, que o ano tenha chegado repleto de luz e renovação! E nada mais coerente para iniciar esse período do que retomar nossa caminhada anterior. Afinal, avançar demanda sempre recuperar as metas estabelecidas – alcançadas ou não – para que os novos objetivos possam ser claramente traçados.

Pensando sobre isso, busquei, nos temas tratados em 2014, inspiração para retomar nossa prosa. E que sensação boa essa de voltar no tempo e perceber que, sem que nos déssemos conta, já se foram 49 encontros! Há exatamente 1 ano, eu pedia a permissão de vocês para integrar esse espaço cujo foco é – e sempre será – nosso aluno.

Logo de início, pensamos em como tornar mais humano nosso primeiro contato com os estudantes, deixando um pouco de lado aquilo que fazemos para apresentar quem somos. Faz toda a diferença! Em seguida, buscamos conceituar e esclarecer algumas dúvidas acerca dos combinados e das regras. Diferenciar aquilo que é convencional e, portanto, passível de mudança de acordo com o contexto, do que é moral e deve ser devidamente defendido para a garantia de relações respeitosas. Também firmamos nossa posição em relação à concepção de autonomia que desejamos que nossos alunos conquistem: fazer o que é certo pelo sentimento de reciprocidade ao próximo e não por obediência aos reguladores externos. Ao clarear o que julgamos imprescindível na formação das crianças e dos jovens, nada mais sensato do que apresentar os caminhos possíveis, os mecanismos envolvidos e as parcerias necessárias para alcançar nossos fins. Por isso, trouxemos a delimitação dos papéis desenvolvidos pelas instituições família e escola, apoiando a ideia de que somente um trabalho de parceria minimiza os riscos da sensação de ter os pais e responsáveis como adversários em nosso dia a dia.

Ainda refletimos acerca dos prêmios e castigos, tão presentes nas práticas escolares e familiares e tão distantes de cumprir os objetivos pelos quais são utilizados. Buscamos instrumentalizar os profissionais da Educação Infantil para a compreensão sobre a importância do brincar, do brinquedo e da brincadeira, defendendo, teoricamente, a proposta de que todo dia é dia de brinquedo!

Houve espaço também para diferenciar os tipos de violência da escola, na escola e à escola –,compartilhando possíveis caminhos para evitá-los. Discutimos os fantasmas sociais do preconceito e da discriminação, assim como das criações culturais impostas pela diferença de gêneros – temas associados ao objetivo maior de uma Educação inclusiva e justa para todos. Compartilhamos experiências internacionais de sucesso que priorizam, tanto quanto o conhecimento, o desenvolvimento de planos de convivência. E, nessa direção, pensamos juntos sobre a seriedade de um fenômeno que infelizmente está presente nas escolas: o bullying. Oferecemos aporte teórico sobre nossa ferramenta diária e imprescindível nas relações interpessoais: a linguagem do educador,buscando enfatizar os prejuízos que uma comunicação pautada em juízos de valor pode causar na formação da personalidade.

Trouxemos para a pauta o uso da tecnologia em sala de aula, aproximando a Educação da pós-modernidade e sugerimos leituras que aprofundassem todos os temas até então discutidos. Refletimos seriamente sobre o papel da orientação educacional, bem como sobre a necessidade de planejar e avaliar nossas ações ao longo do ano. Ainda ressaltamos as práticas da generosidade e de outras virtudes presentes no cotidiano, mas que, muitas vezes, são invisíveis aos olhos do educador Assim, reforçamos a ideia de que a escola não pode ser um espaço gerador de violência e insegurança.

Provocamos diversas discussões trazendo à tona assuntos delicados como: professora versus tia; assertividade e fofoca; conversas na porta de sala e o nosso envolvimento com os conflitos dos estudantes que acontecem fora da escola.Já com nossos laços estabelecidos, avançamos para debates polêmicos: polícia na escola; autoridade e autoritarismo; alunos favoritos; presença dos professores nas festinhas fora da escola;e, claro, aquele que é tema permanente nas reuniões pedagógicas, a avaliação como medida de premiação. Quantos comentários! Fizemos trocas extremamente produtivas e enriquecedoras!

Ao compartilharmos nossa perspectiva teórica sobre as diferentes estratégias de resolução de conflitos adotadas pelos alunos, abrimos novos espaços de discussão sobre pautas extremamente relevantes, tais como: o trabalho em grupo, a convivência entre diferentes idades, o desafio de desafiar as crianças e os jovens e a competitividade presente nas relações.

Nossa! Quanto avançamos e construímos juntos! Minha maior satisfação ao longo do ano foi tomar conhecimento de que nossos posts têm sido sistematicamente usados nas reuniões e horas de estudos em diferentes escolas, por todo o país. Que alegria em compartilhar nossa experiência, nossos estudos e nossas pesquisas com profissionais compromissados com uma Educação de qualidade!

Já somos amigos de infância! Por isso, desejo seguir com a companhia de vocês porque ainda temos um longo e desafiador caminho pela frente. Continuo contando com a valiosa participação de todos nesse que é o nosso espaço de reflexão.

Cumprimentos mineiros e fica aqui o meu convite e minha expectativa de juntos trilharmos um 2015 repleto de energia, conquistas e ótimas realizações!